Esqueça por um momento o espetáculo grotesco: um senador da República, presidente de um dos maiores e mais importantes partidos do país, já formalmente investigado pela maior operação anticorrupção do Brasil, se encontra em um hotel de luxo com um megaempresário e combina com ele o pagamento de uma propina de R$ 2 milhões. Na ação, o senador age em família, ajudado pela irmã e por um primo. Antes de encerrar as tratativas com uma frase lapidar – “isso vai me dar uma ajuda do caralho” –, o senador diz ao empresário, entre risadas, que mandaria matar o primo, encarregado de recolher a propina, caso este um dia resolvesse fazer delação premiada. O dinheiro, embalado em maços, é enfim entregue em malas ao tal primo, e o destino final da bolada são os cofres da empresa da família de outro senador, um político de péssima fama (quatro anos antes, o helicóptero de sua família, registrado em nome de uma pessoa jurídica, havia sido apreendido com 445 quilos de pasta de cocaína).
O que nos interessa é o outro Aécio, aquele que, em 32 anos de vida pública, foi “vendido” pela quase totalidade da mídia como um político honesto, moderno e até mesmo encantador.
Esqueça tudo isso só por um momento. Não falaremos aqui do Aécio Neves que a grande maioria do público que se informa pelo noticiário das TVs, dos jornais, das rádios e da internet conhece há apenas cinco dias. O que nos interessa é o outro Aécio, aquele que, em 32 anos de vida pública, foi “vendido” pela quase totalidade da mídia como um político honesto, moderno, “diferente” (no bom sentido) e até mesmo encantador.
Claro que é importante conhecer o “novo” Aécio que aparece agora dirigindo megalicitações, pegando propina, tentando bloquear as investigações da Lava Jato. Mas é igualmente fundamental entender o processo que garantiu três décadas de blindagem ao “antigo” Aécio. É preciso esmiuçar a armação que fez com que a grande maioria do público consumisse um político holograma, uma mentira.
Para compreender esse fantástico case de construção de imagem, é preciso jogar luz em uma personagem que, no sentido inverso ao de Aécio, passou essas últimas três décadas nas sombras: Andrea Neves, a irmã do senador que foi presa na semana passada suspeita de participar da operação de pagamento de propina descrita no início deste texto.
Aécio saiu do episódio com um enorme potencial eleitoral. Um mês depois da morte do avô, ele começou a faturar seu prêmio ao ser nomeado diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal por seu primo Francisco Dornelles, então ministro da Fazenda do governo José Sarney (1985-1990). Daí ele não parou mais – no ano seguinte, Aécio conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados. Novo, inexperiente na política, ele era uma espécie de mascote do Congresso.
Andrea Neves entrou em cena no princípio da década de 1990 e, partindo de um início promissor, começou a transformar o irmão em um Robocop da política nacional. Seu objetivo: moldar a imagem de Aécio como o mocinho da fita e, sobretudo, blindá-lo na mídia não apenas contra possíveis ataques, mas também contra a mais singela das críticas.
Quando o irmão gastava energia pegando onda nas praias no Rio de Janeiro, Andrea já se revelava um animal político.
Se Aécio era inexperiente e pouco afeito às coisas da política, o mesmo não podia ser dito em relação a Andrea. Um ano e 23 dias mais velha que o irmão, ela era a verdadeira herdeira das artimanhas de Tancredo. Desde muito jovem, no alvorecer dos anos 1980, quando o irmão gastava energia pegando onda nas praias no Rio de Janeiro, Andrea já se revelava um animal político – seu début se dera na fundação do PT fluminense, da qual participara. Formada em jornalismo pela PUC do Rio, ela gostava de discutir, conchavar, compor. Amava esse jogo e era muito boa no que fazia.
Em meados da década de 1990, Andrea já era a principal mentora do irmão. Foi quando uma segunda tragédia familiar catapultou a carreira de Aécio: a morte prematura, por infarto, aos 48 anos de idade, do deputado Luiz Eduardo Magalhães (PFL-BA), filho do todo-poderoso senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). Habilidoso, carismático e afinado com os interesses do grande capital, o filho de ACM era a principal aposta política do establishment. Na toada em que ele vinha (três mandatos consecutivos como deputado federal, um mandato bem-sucedido como presidente da Câmara e, logo adiante, uma barbada que o elegeria governador da Bahia), Luiz Eduardo haveria de ser presidente da República, muitos pensavam. A morte, contudo, mais uma vez bloqueou o acesso à rampa do Palácio do Planalto.
Com o desaparecimento de Luiz Eduardo Magalhães, Aécio se viu no posto de reserva estratégica do establishment.
Andrea guiou o irmão no trajeto luminoso que fez dele presidente da Câmara dos Deputados (2001-2), governador de Minas por dois mandatos (2003-10), senador (a partir de 2011) e candidato a presidente da República, em 2014. Andrea liderava pessoalmente a articulação com alguns dos maiores empresários do país e autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Em alguns casos, como mostram agora as gravações feitas por Joesley Batista, sócio do grupo JBS, ela também levantava recursos para Aécio. Em outros, negociava apoio em troca de apoio. Assim, trabalhando como uma formiga enquanto Aécio bancava a cigarra, ela edificou uma estrutura política e financeira poderosa em torno do irmão.
Em grande medida planejada, criada e gerenciada por Andrea, a couraça que protegia Aécio o fez flanar liso durante três décadas. As nebulosas conexões de Aécio com empresas públicas de números superlativos (como Furnas), as suspeitas de envolvimento com obras superfaturadas (como as do estádio do Mineirão) e a proximidade com corruptos notórios (como o operador financeiro Marcos Valério) não eram assunto de interesse das autoridades. Não havia delegado, promotor ou juiz que lhe criasse problemas. Na grande mídia, por sua vez, salvo raríssimas e honrosas exceções, Aécio era retratado com um homem sem máculas.
Foi na construção da imagem pública de seu irmão que Andrea se revelou um ás. Durante os dois mandatos de Aécio no governo de Minas e na campanha presidencial de 2014, ela comandou com mão de ferro a área de comunicação. Fazia marcação cerrada em contato direto com os donos e com diretores de TVs, jornais e rádios conseguindo assim barrar reportagens já escritas, derrubar pautas e criar dificuldades para repórteres que se punham em seu caminho. Não é que Andrea conseguisse apenas evitar a publicação de denúncias relativas ao irmão, ela não deixava que ele fosse sequer levemente criticado – uma obsessão à lá Kim Jong-un, ditador da Coreia do Norte. Na mídia, por um esforço hercúleo de Andrea, Aécio era descrito como um novo Juscelino Kubitschek: amigo dos artistas, bem-humorado, um político “do bem” que almejava o poder para construir um Brasil moderno.
Modernizada era a chave da propaganda.
Em seu plantão permanente para blindar o irmão, Andrea vigiava desde uma pequena rádio do interior até o Google. Para isso, construiu uma musculosa estrutura de comunicação/imagem/imprensa que chefiava com rigor marcial.
Não raro, a fixação de Andrea em plastificar a imagem do irmão conduzia a exageros. Em 2011, por exemplo, em mais um de seus dias de cigarra, Aécio levou um tombo de um cavalo. Nada que pudesse comprometer a imagem do senador, mas ainda assim Andrea queria evitar a piada pronta: Aécio caiu do cavalo. A assessoria do senador divulgou então uma nota meticulosamente construída: “O senador Aécio Neves sofreu um pequeno acidente quando montava a cavalo”. Ou seja, o senador sempre estivera em cima da montaria.
No mesmo ano, aconteceu outro imprevisto, desta vez mais grave. Em uma madrugada de domingo, no Rio de Janeiro, Aécio foi pego em uma blitz da Lei Seca e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Mais uma vez Andrea entrou em cena para abafar o caso. Não havia apenas uma questão delicada em jogo (Aécio havia bebido antes de dirigir?). Quando foi pego na blitz, o senador guiava um dos carros de luxo (Land Rover) da frota de uma rádio da qual ele era sócio. Havia mais: naquele fim de semana, Aécio viajara ao Rio nas asas do jato Learjet prefixo GAF, que pertencia a uma empresa que tinha como sócio o presidente da Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), Oswaldo da Costa Borges Filho.
A Codemig não era uma empresa pública qualquer. Como gerenciadora dos bilionários recursos arrecadados com os royalties minerários do Estado, a companhia controlava algumas das maiores obras do governo de Minas, como a Cidade Administrativa, a megalomaníaca construção feita na gestão de Aécio como governador de Minas que consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos. Borges da Costa Filho, por sua vez, também não era um subordinado qualquer. Ele era aparentado de Aécio (era casado com uma filha do padrasto do senador).
Durante anos, o caso dormiu em berço esplêndido nas gavetas das grandes redações do país. Você não ficou sabendo se Aécio havia bebido naquela noite, assim como não ficou sabendo nada sobre a rádio, muito menos sobre o avião. Nesses seis anos, houve tempo suficiente para investigar as relações de Aécio com Borges da Costa Filho, mas curiosamente também nenhum grande jornal, revista ou TV se interessou pela história. Os laços que uniam ambos só começaram a vir à tona neste ano, quando Marcelo Odebrecht afirmou, em delação premiada, que, mesmo antes de a licitação da Cidade Administrativa ser oficializada, a obra havia sido repartida entre um grupo de megaempreiteiras, entre elas, a Odebrecht. Segundo contou Marcelo Odebrecht, parte da propina, de 3% do valor da obra, foi paga em dinheiro a Borges da Costa Filho.
Ainda em 2011, em meu blog, fiz vários posts sobre o Bafometrogate. Levantei informações sobre a recusa de Aécio em fazer o teste do bafômetro, sobre a rádio e sua frota de carros de luxo, sobre o jatinho e sobre as relações turvas de Aécio com Borges da Costa Filho. Aécio nunca respondeu de forma objetiva as questões por mim levantadas. Meu blog, por sua vez, começou a ser alvo de uma guerrilha de trolls, com uso agressivo de robôs, comandada pela militância do PSDB mineiro.
A blindagem da mídia gerenciada por Andrea produziu um político artificial com índices oficiais de aprovação dignos de um Saddam Hussein, chegando à casa dos 90%.
Por cima, tudo estava dominado. Mas, por baixo, havia quem teimasse em revelar a verdade. Isso aconteceu pela primeira vez de maneira mais efetiva em 2006, quando o rei foi colocado a nu por um estudante de graduação de jornalismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Naquele ano, cumprindo a obrigação acadêmica de apresentar um trabalho final de conclusão do curso, Marcelo Baêta se aventurou a fazer um documentário em vídeo sobre as relações de Aécio com a imprensa. Tendo Andrea Neves como personagem principal, o trabalho (Liberdade, essa palavra) escancarou o esquema de manipulação da mídia para proteger Aécio. Baêta conseguiu entrevistar jornalistas – inclusive um ex-diretor da TV Globo Minas – que diziam ter sido perseguidos e/ou demitidos por ousar divulgar informações que não eram do interesse de Andrea.
Coube, portanto, a um estudante de jornalismo mostrar que a mídia estava amordaçada. O documentário, claro, durante anos foi solenemente ignorado pela grande mídia. E Baêta depois sofreria na pele sua cota de repressão.
Em Minas, até as palmeiras imperiais da Praça da Liberdade sabiam que era um risco para os jornalistas desagradar a família Neves.
Em Minas, até as palmeiras imperiais da Praça da Liberdade sabiam que era um risco para os jornalistas desagradar a família Neves. A lista de repórteres e editores demitidos ou perseguidos é grande, e o clima de terror, verdade seja dita, acabou por produzir uma nefasta cultura de autocensura entre os profissionais mineiros. A blindagem comandada por Andrea era tão eficaz que a própria Andrea rarissimamente era notícia. Se Aécio tivesse sido eleito presidente da República em 2014, o que quase aconteceu, uma das figuras mais importantes de seu governo seria uma desconhecida da quase totalidade da população. Sem exagero, seria o mesmo que FHC ser eleito sem que ninguém soubesse da existência de seu fiel escudeiro Sérgio Motta ou como se Lula chegasse ao Planalto sem que o público tivesse ouvido falar em José Dirceu. Andrea inventou um Aécio teflon e ainda por cima cobriu-se com um manto de invisibilidade.
No ano passado, contudo, o escudo começou a falhar. No início do governo Michel Temer, em uma conversa gravada com o então ministro do Planejamento, Romero Jucá, em que discutiam uma forma de paralisar as investigações da Lava Jato, o ex-senador do PSDB Sérgio Machado disse duas frases que entrariam para a história: “quem não conhece o esquema do Aécio?” e “o primeiro a ser comido vai ser o Aécio”. Para a grande maioria dos 51.041.155 eleitores do político mineiro, foi um susto. Aécio? Impossível!
A blindagem estava comprometida, mas Andrea e seu irmão preferiam agir com um avestruz que enterra a cabeça na terra.
No fatídico 17 de maio de 2017, o planeta avatar ruiu. Naquele dia, com a divulgação pelo jornal O Globo do conteúdo da conversa de Aécio com Joesley Batista, o grande público finalmente descobriu que a realidade era feia e suja.
Para aqueles que nada sabiam, bem-vindos à Matrix.
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Nunca é demais repetir… excelente texto Lucas Figueiredo. Gostei do final com referência a Avatar (onde muitos vivem no eterno 2003… apesar da dura realidade) e a Matrix.
Obrigado, Marco Antônio.
Parabéns pela texto, inclusive com vários links para mais detalhes.
Ótimo.
Que texto saboroso! Excelente trabalho.
Excelente o texto caso seja a “parte 1″, que trata da proteção conseguida por Aécio através de sua irmã. Aguardemos a “parte 2″, tratando da vida “criminosas”, não que a “parte 1″ não contenha inúmeros crimes praticados pela dupla -irmãos metralhas?- mas, quando falo “criminosas” com aspas,me refiro aos crimes pesados do qual o mineirinho é suspeito, como o tráfico de drogas (qual o real envolvimento dele com o helicoca?), assassinato (qual o real envolvimento do mineirinho com a morte do Policial Civil que o investigou e divulgava vídeos na internet com o resultado das investigações?) e manipulação da Justiça e da Polícia (qual o real envolvimento do mineirinho com a prisão do jornalista Carone?). Como eu disse no início, aguardamos a continuação da saga dos irmãos metralhas mineirinhos.
Caro Pedro
Você levanta questões que ainda carecem de provas. É preciso investigar mais antes de entrar nesses temas.
Caro Lucas Figueiredo
Levantar questões é o mesmo que fazer acusações? Para os dois se carece de provas?
Depois do que o Aécio disse naquele áudio… “a gente mata antes dele fazer delação”…
Marco
O leitor está livre para levantar qualquer questão, fazer críticas, dar opinião. Mas considero que, como jornalista, neste espaço, só posso escrever sobre aquilo que apurei. Quando se trata de fazer denúncia grave, os cuidados devem ser ainda maiores por parte do jornalista.
“imprensa” hoje em dia tem a mesma conotação que tinha “empresario” seguido de PC Farias…ou Joesley Batista.
e esse “vendido” do titulo da matéria é muito mais literal que metafórico não é?
o que houve com baêta? e aqueles assassinatos em mg….
tem que completar esse dossiê aí
Mariana
Sobre o Baêta, veja esse link: http://www.abjornalistas.org/page.php?news=987
Quanto ao suposto envolvimento com assassinatos, não há provas. Mas é preciso continuar investigando.
Que texto sensacional! Como estudante de jornalismo sinto-me inspirada. <3
Pela primeira vez pude ler o que já sabia desde muito tempo em um texto tão bem escrito e explicado. E digo que foi pouco. E o amigo dele, Anastasia?
Maria Teresa
Os grampos feitos por Joesley Batista e pela PF mostram diálogos em que Aécio sugere que as campanhas de Anastasia também tiveram caixa 2.
Deu vontade de ler um livro seu sobre a família Neves! Está nos planos?
ja existe,,,chama-se The Godfather de Mario Puzzo
Boa… KKKKKKKKKKKKKK
Certamente a história de Aécio & Andrea daria um belo livro…
Sempre fui a Minas. Sempre soube de todo o esquema do Aécio. Até um andar de hospital era reservado a ele em caso de uma de suas overdoses de pó. Que ele seja preso o mais rápido possível.
Não era só o andar do referido hospital que fechava,era o hospital inteiro!
Alguém viu o vídeo que ele publicou? Coitado…. Tão ingênuo esse moço!
Excelente texto. Apesar disso, não trouxe os fatos mais escabrosos que pairam sobre a biografia do dito cujo. Talvez pelo foco na construção de uma imagem, ou melhor, de uma miragem.
José Vidigal
Os “fatos mais escabrosos” carecem de provas. É preciso investigar mais.
final triunfante. desde 2006 venho acompanhando os inúmeros relatos e denuncias contra Aécio e sua blindagem midíatica. Sou do DF e obtive essas informações, mas me pergunto se a população teria acesso a informações a essa faceta do psdbista… ou o quão profundo era esse cerco.
Sensacional texto.
Texto matador, um primor. Obrigado!
A matéria não é original, pois já se tinha um dossiê sobre a formação do bom mocinho para perpetuar o psdb no poder, como uma carta na manga, afinal era neto do Tancredo Neves. Mas o mais interessante é o apoio da midia dominante, fazendo novamente, como uma novela, a criação e a venda da imagem do bom mocinho. fizeram isso com o Collor este venceu mas não durou, esse perdeu e deu o golpe. transformando o País num caos.
Parabéns pelo texto. Vocês do Intercept Brasil não cansam de me surpreender!
Obrigado, Felipe!
Gostei do artigo, só senti falta de maiores informações sobre o envolvimento do aecim no caso do helicoca e no caso do policial que apareceu enforcado. Parece que também houve um jornalista preso, segundo dois comentários acima. É material para livro, mas dá pra apertar num artigo né.
Foi o Carone, filho de outro Carone ex-prefeito de BH
Eric
Ainda não surgiram provas dessa conexão. É preciso continuar investigando.
Texto para emoldurar.
A história do Lucas ou a estória da Andrea é digna de um chumaço de reflexões.
E depois ainda acham que Goblles era mau!
Maravilhoso. Bravo, bravíssimo. Excelente texto
Antes de mais nada, espero ver o Aécio em breve no xilindró pagando por toda as falcatruas que cometeu.
Mas é sobre o outro aspecto do artigo, que é a blindagem que “a imprensa” deu no político, e não o malandrão em si, que gostaria de levantar algumas questões:
Até quando devemos continuar com este pensamento ingênuo de que a mídia deve, e vai, ser transparente, igualitária, e ausente de interesses?
A “mídia” é composta de pessoas, que têm suas convicções e crenças, e se unem em prol de um objetivo comum. Existe mídia “coxinha” e mídia “petralha”, e é perda de tempo esperar que os “coxinhas” falem bem da Dilma e os “petralhas” idolatrem o Aécio, correto?
Existe mídia partidária dentro de todo espectro ideológico. Entre os extremos existem todo tipo de blog, jornal, online ou offline. O TIB é o melhor exemplo pra se citar aqui, de mídia que escolhe um lado, e isso é perfeitamente OK, não?
Até quando vamos pôr a culpa de nossa falta de atenção, discernimento e — por que não dizer? — desinteresse, na “mídia” que não noticia os fatos (filtrados por convicções ideológicas pessoais) que cada um acha que ela deveria noticiar?
Parabéns ao Lucas Figueiredo, que merece todo o prazer de ter escrito esse texto com a certeza de que quem poderia infernizar a vida do jornalista por causa dele está puxando uma cadeia.
Obrigado, Bia!
Excelente texto e. verdade seja dita, somente aqueles que vivem em Minas Gerais sabiam desde sempre a verdadeira face de Aécio e família, tanto que, o “fiel da balança” nas eleições de 2014 foi exatamente esse estado, que deu a vitória da Dilma Rousseff.
Há vídeos na internet com o caso do jornalista Marco Aurélio Carone, preso durante longo período porque denunciou as overdoses de Aécio, a venda de nióbio, a censura e perseguição, entre outras barbaridades. Por que não foi mencionado nessa matéria?
Dóris
Muito se fala, mas não há provas sobre os supostos casos de overdose e desvio de recursos púlbicos na venda de nióbio.
O avô que deu o primeiro cargo público para netinho. Ensinou tudo que um Neves poderia fazer.( a bolsa família da família Neves vem sendo paga por nós a séculos!) O avô só virou herói, porque morreu! Se não teria o mesmo destino do Sarney, deveria a rampa do palácio aos pontapés. O avô do ladrão, era pau para toda obra. O melhor governo era sempre o próximo. Deu golpe branco em Goulart e virou primeiro ministro. Sempre foi tolerado pelo militares, tanto que nunca foi cassado e aproveitou por ser da oposição consentida o MDB, que deu origem ao PMDB atual que esta no poder através de um golpe
É preciso desmistificar esses falsos heróis para o Brasil andar para frente porque enquanto eles habitarem o inconsciente coletivo do pais, historias se repetem , repetem… repetem……e a mudança que tantos desejam nunca acontecerá e o povo continuará sem saber porque continua votando nos mesmos tipos COLORS DE MELO e eternizando as oligarquias Neves, ACM, Sarney, ..etc..
Se vocês observarem o sistema está montado para que essas oligarquias continuem no poder eternamente . Sai Temer(PMDB) entra Rodrigo Maia DEM antiga ARENA da oligarquia ACM, Sai i Rodrigo Maia volta PMDB antigo MDB da oligarquia NEVES(PSDB)… e o circulo vicioso continua com o aval do inconsciente coletivo do pais …
Aecio é um digno herdeiro do avô. Herdeiro do modo tradicional de se fazer política no Brasil. Foi o 1o ministro do golpe do parlamentarismo. Contra o golpe de 64? PTB e PC do B. Ele era PSD. Ficaram contra quando não rolou a eleicao de 1965. Igual ao Patricio Alwynn no Chile em 1984.
aquele Congresso de Constituintes foi frouxo com os militares, aceitou votar a Lei da Anista Geral e Irrestrita, e esse “herói” foi um dos que costurou o perdão aos militares bandidos que torturaram e mataram, deixando sementes do mal, como esse bolsonarões de hoje…dizem que foi assassinado… não divido… fogo amigo para colocar o Sarney.
Excelente matéria. Parabéns!
Obrigado, Gilson!
Desconfio que algum dia leremos um texto jornalístico desta qualidade em que as palavras Aécio e narcotráfico aparecerão intimamente ligadas…
Belo texto. Deixo aqui o vídeo no momento em que a irmã do Aécio, Andrea, foi levada para a delegacia. Alguns jornalistas perguntando se “a pauta está boa, Andrea?” resume bem o poder desta mulher na imprensa mineira.
https://twitter.com/otempo/status/865254786899353601
Excelente texto. Aécio sempre foi um pilantra, mas sempre pagando de politico honesto e visionário, e até mesmo seu aspecto bon vivant era enaltecido pela mídia. Hoje em reportagem à Folha, o mesmo disse que agiu de maneira inocente nesse escândalo todo, se já é difícil imaginar alguém inocente nesse mundo, pior um politico, pior ainda esse alguém ser o Aécio.
A Matrix caiu quase por completa no planeta. Tudo está vindo à tona, em todos os países, e não há como parar esse processo guiado pela Luz. É bom ver colegas jornalistas que honram nossa missão na Terra. Raros, porém imprescindíveis… ?
Uma grande lacuna da matéria: não foi sequer mencionada à perseguição ao jornalista Marco Aurélio Carone que permaneceu preso por mais de 9 meses para que não fossem publicadas matérias críticas ao clã dos Neves, em 2014!
Emilia
Desconheço o inquérito/processo que o levou à prisão de Marco Aurélio Carone, mas conheço bem sua atuação no jornalismo e sou bastante crítico ao trabalho dele.
Já está mais do que na hora de desenterrar todos os podres desse homem. Depois dessa última gravação, ninguém têm qualquer dúvida sobre o gangsterismo empregado por todos esses anos. Agora é o momento de não ficar pedra sobre pedra. Se ele iria matar o primo, imagine o que já não foi feito. Vide os casos anteriormente apresentados: policial que “se suicidou”, modelo morta, ossada humana descoberta na fazenda do tio dele… pode ir atrás que tem muito mais coisas desse (satânico) nível!
Belíssimo trabalho. Parabéns!