Foi assim que aconteceu, conforme o registro taquigráfico da história.
Na noite da segunda-feira retrasada, 2 de abril, Luiz Inácio Lula da Silva estrelou um ato público na Lapa carioca. No palco do Circo Voador, o ex-presidente discursou mirando a posteridade:
“Eles não vão prender meus pensamentos, não vão prender meus sonhos. Se não me deixarem andar, vou andar pelas pernas de vocês. Se não me deixarem falar, falarei pela boca de vocês. Se meu coração deixar de bater, ele baterá no coração de vocês”.
(Em sua carta-testamento, de 1954, o presidente Getúlio Vargas se dirigira aos trabalhadores: “Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo a vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação”.)
No dia seguinte, antes de encerrar o Jornal Nacional, o apresentador William Bonner leu a notícia:
“E uma última informação. Sem citar o julgamento do habeas corpus de Lula pelo Supremo amanhã, o comandante do Exército, general Villas Bôas, fez um comentário em repúdio à impunidade numa rede social. Ele escreveu: ‘Asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais. Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e nas gerações futuras e quem está preocupado apenas em interesses pessoais’”.
(Sobreveio o protocolar “boa noite”. Com a intimidação e a chantagem do senhor das armas, a noite nada teve de boa. O general mencionou impunidade, mas não os impunes torturadores e carniceiros que serviram à ditadura. Ao retuitar a mensagem golpista de Eduardo Villas Bôas, o general Cristiano Pinto Sampaio, comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, citou o “consagrado historiador Gustavo Barroso”. Fascistoide antissemita, o galinha-verde Barroso notabilizou-se na década de 1930 como um dos próceres da Ação Integralista Brasileira.)
Na quarta, o empresário Oscar Maroni reiterou uma promessa: “Se o Lula for preso, até a meia-noite a cerveja é de graça”. O dono do Bahamas Hotel Club foi além: “Agora, se matarem ele, o mês todo a cerveja é de graça. Se matarem lá na cadeia”. Seus interlocutores exultaram.
(Logo o autoproclamado “magnata do sexo” retratou-se sobre a recompensa pela morte do ex-presidente. “Ontem eu estava num boteco, enchi um pouco a cara”; “eu estava bêbado”; “eu quero que ele fique vivo, [que] ele sofra”.)
Aos 46 minutos da quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal concluiu o julgamento em que, por seis votos a cinco, negou habeas corpus a Lula no processo do triplex. Apesar de o inciso 57 do artigo 5º da Carta de 1988 determinar que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Desprezaram a Constituição e fulminaram uma garantia individual. Falanges de direitistas extremados festejaram.
(Pegadinha da história: a sessão do STF terminou 50 anos depois de a ditadura proibir a Frente Ampla oposicionista, em 5 de abril de 1968.)
Dali a horas, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores, esclareceu:
“A defesa do ex-presidente deve interpor um novo recurso de embargo de declaração. […] Esgotados os recursos na segunda instância, pode-se passar ao cumprimento da pena. Se forem interpostos esses novos embargos de declaração, uma vez eles sendo julgados, a partir daí o relator poderá comunicar ao juiz Sérgio Moro o cumprimento da decisão que já existe”.
(Repetindo: “[…] uma vez eles sendo julgados, a partir daí…”.)
Indagado sobre prazo para julgamento de novos embargos, Thompson Flores respondeu:
“Não há um prazo. […] Os embargos anteriores, os primeiros embargos de declaração da defesa do ex-presidente Lula foram julgados mais ou menos em trinta dias”.
Sem esperar um mês, nem sequer um dia, às 17h31 juízes do TRF-4 autorizaram Moro a executar a pena de Lula.
(Isto é, 16 horas e 45 minutos após a sessão do Supremo.)
Dezenove minutos depois, às 17h50, Moro decretou a prisão de Lula. Deu-lhe menos de 24 horas para se apresentar em Curitiba.
(Nunca, em processo da Lava Jato, Sérgio Moro havia sido tão apressado ao decretar a prisão para cumprimento de pena de réu solto, considerando a data em que ele o condenara. O juiz demora de dezoito a trinta meses. Com Lula, não esperou nem nove meses completos. Dois mil e dezoito é ano de eleição.)
Às 19h10, Lula chegou à sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Milhares de militantes e simpatizantes acorreram, iniciando uma vigília.
O comício se estendeu até a madrugada da sexta-feira. Pelas duas horas, Lula acenou de uma janela.
(O petista dormiu lá, como dormira nas greves operárias que mudaram a história do Brasil na virada dos anos 1970 para os 1980.)
Às cinco da tarde da sexta venceu o prazo estipulado por Moro. A massa se esgoelou na contagem regressiva para o horário limite e desafiou: “Não tem arrego! Não tem arrego!”. Lula não arredou pé de sua trincheira velha de guerra.
No sábado, uma cerimônia religiosa combinada com ato político encheu ainda mais as ruas diante do sindicato. Era 7 de abril, aniversário de nascimento de Marisa Letícia, a esposa de Lula morta no ano passado. Um grupo musical tocou, a pedido do viúvo, o samba Deixa a vida me levar.
Ele havia decidido se apresentar a Moro, mas os manifestantes imploravam “Não se entrega! Não se entrega!”. No palanque, Lula teve a companhia de correligionários como a ex-presidente Dilma Rousseff. Abraçou os pré-candidatos presidenciais Manuela D’Ávila, do PC do B, e Guilherme Boulos, do PSOL. Durante 55 minutos, começando pontualmente ao meio-dia, falou para a história:
“Eu sou um construtor de sonhos”; “eu não sou mais um ser humano, eu sou uma ideia”; “a morte de um combatente não para a revolução”; “Quanto mais dias eles me deixarem lá [na cadeia], mais Lula vai nascer nesse país”; “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a chegada da primavera”.
Confrontou certo jornalismo: “O sonho de consumo deles é a fotografia do Lula preso. Ah, eu fico imaginando a tesão da Veja colocando a capa minha preso. Eu fico imaginando a tesão da Globo colocando a fotografia minha preso. Eles vão ter orgasmos múltiplos”.
Ao meu lado, em frente à TV, o Daniel perguntou: “Pai, o que é orgasmo?”. Eu expliquei, e o meu filho disse que entendeu.
Lula se emociona ao se despedir e é carregado pelo povo após discurso em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, no último sábado, 7 de abril de 2018.
Foto: Christian Braga/ Coletivo Farpa
Ao descer do palco, Lula chorou ao ser carregado pela multidão em que muitos também choravam.
(Na noite de 30 de março de 1964, o presidente constitucional João Goulart fez no Automóvel Club do Brasil seu derradeiro discurso em território brasileiro. Não é prognóstico, mas hipótese: em 7 de abril de 2018, Lula pode ter falado pela última vez em praça pública. As antologias de discursos históricos ganharam capítulo novo e dramático.)
É outono, e não primavera no Brasil. Pelas cinco horas da tarde nublada, os manifestantes bloquearam o portão do sindicato e não deixaram que um carro transportando Lula passasse. Ele queria se entregar. O automóvel deu marcha a ré. Pouco depois das seis e meia, já na penumbra, o ex-presidente partiu a pé. O tumulto não o impediu de caminhar até um veículo da Polícia Federal.
Parou na sede paulista da PF e de lá foi de helicóptero para Congonhas, onde embarcou num avião rumo à República de Curitiba. Um áudio documentou que uma pessoa apelou ao piloto do monomotor prefixo PR-AAC: “Leva e não traz nunca mais!”. A FAB confirmou a autenticidade do diálogo, travado antes da decolagem. Não identificou o autor da frase agourenta. Pelas dez e meia, Lula entrou no prédio da Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense.
No sábado em que Lula perdeu a liberdade, uma mulher mostrou a amigas um vídeo em que o antigo torneiro mecânico consola duas militantes que choram. A mulher estava numa padaria da Aldeota, bairro bacana de Fortaleza. Uma amiga pilheriou: “Tá chorando porque agora vai ter que trabalhar. Vai acabar essa história de Bolsa Família!”. A mesa tremeu com as gargalhadas jubilosas. Um ouvido absoluto talvez percebesse ao fundo a voz gutural do “cidadão de bem” Justo Veríssimo, personagem criado por um cearense genial, Chico Anysio: “Odeio pobre!”.
O antilulismo é a forma renovada e radicalizada em teor de ódio dos senis anticomunismo e antigetulismo.
Mas as fronteiras do Brasil não se restringem à Aldeota, ao Leblon e aos Jardins. Em Caetés, cidade do agreste pernambucano onde o presidente preso nasceu, o tocador de zabumba Antônio Francisco de Araújo disse ao repórter Vinicius Torres Freire: “Voto no Lula com as duas mãos. Sou devoto de padim Ciço, de frei Damião e de Lula”.
Oscar Maroni cumpriu sua promessa. Defronte ao Bahamas, distribuiu de graça 9.000 latas de cerveja. O empresário abriu dois painéis, com as fotografias de sua heroína Cármen Lúcia e de seu herói Sérgio Moro.
Mais uma vez, a voz do Cazuza zumbe nos meus tímpanos: “Transformam um país inteiro num puteiro…”.
Outra página infeliz da nossa história ensinara que golpes são como coelhas: gestam um filhote atrás do outro.
As reconstituições históricas costumam reproduzir uma impropriedade sobre o Ato Institucional número 5, que em dezembro de 1968 asfixiou ainda mais as liberdades. A garantia de habeas corpus foi então suspensa “nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular”.
Descrevem o AI-5 como “o golpe dentro do golpe”. Como se um só golpe tivesse sobrevindo ao inaugural, a deposição do presidente João Goulart em abril de 1964. A ditadura deu outros golpes, compreendidos como ruptura de regras institucionais estabelecidas.
Em julho de 1964, os novos donos do poder introduziram o segundo turno na eleição presidencial e a adiaram por um ano. Com um cambalacho: se nenhum candidato amealhasse maioria absoluta na rodada inicial, a decisão seria de deputados e senadores. A considerar o placar dos pleitos anteriores, na prática aboliram as diretas.
Em outubro de 1965, exterminaram-nas de vez. Trocaram a soberania do voto de milhões de cidadãos por um colégio eleitoral de centenas de iluminados. Fecharam os partidos políticos. Em março de 1967, a ditadura impôs nova Constituição, rasgando a de 1946. Esperou dez anos para baixar o Pacote de Abril, em 1977, quando inventou o esdrúxulo “senador biônico”, não submetido ao sufrágio popular.
O AI-5 de 1968 foi o mais violento, mas não o único golpe dentro do golpe de Estado de 1964.
Todo golpe dá crias.
Não foi diferente o golpe que derrubou Dilma Rousseff em 2016. Dois anos antes, a presidente tinha sido reeleita com 54.501.118 votos. Ou 3 milhões e meio a mais do que o senador Aécio Neves. Michel Temer conduz políticas rejeitadas pela maioria dos eleitores. Uma delas foi a chamada reforma trabalhista, que acode os ricos e aflige os pobres. Privatizações marotas são outras crias do golpe que subverteu a vontade popular.
O pretexto para o impeachment de Dilma foram manobras contábeis amiúdes nos governos que a antecederam e em administrações controladas pelos maiores partidos. Só ela foi punida. O alvo era duplo: Dilma e Lula. Prenderam-no, numa das duas derrotas supremas do ex-presidente (a outra foi a queda da sucessora). E num golpe dentro do golpe tão grande quanto o golpe de 2016.
É provável que Dilma não tivesse sido deposta se não fossem as artimanhas de Eduardo Cunha. O Supremo só o afastou da Câmara depois que o deputado arrematou o serviço sujo contra a presidente. Mais tarde, o STF mudou sua interpretação da lei: não pode mais agir como agiu com Cunha. Desse modo, livrou de apuros o tucano Aécio. O Congresso que abateu Dilma por “pedaladas” preservou Temer, a despeito da fartura de provas contra ele.
O Supremo proibiu Lula de ser ministro-chefe da Casa Civil de Dilma. Em circunstâncias parecidas, franqueou a Moreira Franco o Ministério de Temer. Sérgio Moro permitiu a divulgação de áudio ilegal de conversa entre Dilma e Lula. Ordenou a condução coercitiva e humilhante do petista, que não se recusara a depor. A esposa de Eduardo Cunha está solta. A Justiça se negou a declarar a absolvição sumária de Marisa Letícia Lula da Silva, mesmo depois de morta.
Qual foi a apelação em processo da Lava Jato que mais rápido decolou da 13ª Vara Federal de Curitiba e aterrissou no tribunal de segunda instância, em Porto Alegre? Adivinha.
O Brasil é um país imprevisível. Mas a Justiça brasileira não é. Ressoa na memória a Lei Jucá: “Com o Supremo, com tudo”.
O Judiciário e o Legislativo produziram contra Dilma e Lula excepcionalidades em série. Lula se tornou o primeiro ex-presidente preso por crime comum (corrupção passiva e lavagem de dinheiro). Quanto houve de político em sua condenação penal?
Não se conhece gravação de Lula orientando empresário a pagar propina para testemunha de falcatrua ficar calada. Nem achacando bandido endinheirado. Ou insinuando matar quem sabe demais. Não tem amigo com mala prenhe de dinheiro ou dinheirama malocada em apartamento. E aliado dono de helicóptero abarrotado de cocaína.
Mas quem amarga a prisão é ele.
Movimentação policial no entorno da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está preso, no último domingo, dia 8.
Foto: Rodrigo Felix Leal/Futura Press/Folhapres
O PT e numerosos petistas estão longe da inocência num sem-número de escândalos com dinheiro público. No eufemismo do ex-ministro Jaques Wagner, o partido “se lambuzou”. Os petistas mantiveram e possivelmente ampliaram esquemas manejados antes pelo PSDB e outras agremiações.
Distinguiram-se ao retirar dezenas de milhões de brasileiros da miséria extrema. Ao aumentar expressivamente o salário mínimo, para desespero de economistas conservadores. Ao abrir as universidades a uma profusão de jovens pioneiros, em suas famílias, no acesso ao ensino superior.
Talvez Lula seja culpado nos outros seis processos em que é réu. Não faço ideia. No que o levou à cadeia, inexistem provas eloquentes de propriedade do imóvel e de eventual ato para beneficiar empreiteira. O caso se assemelha ao episódio em que o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi acusado pela ditadura de ser o proprietário oculto do imóvel onde morava. Não era.
Na largada, a Lava Jato iludiu como operação destinada a combater toda e qualquer corrupção. Com o passar do tempo, evidenciou-se a seletividade dos seus alvos. Virou contendor político. Sérgio Moro confraternizou publicamente com Aécio. Não com Lula.
A sessão do STF que negou o habeas corpus que impediria o encarceramento do ex-presidente da República não escapou de excentricidades. Em vez de votar ações diretas de constitucionalidade, debatendo em tese a antecipação do cumprimento de pena, a presidente da corte pautou o caso específico de Lula _o que sabidamente o prejudicava.
“Por ingenuidade, a ministra Cármen Lúcia nada pagará, jamais”, comentou o jornalista Janio de Freitas. “Entra para a história do Direito por sua adoção de um método original, quase um truque de carteado trapaceiro, para decidir no tribunal em favor de sua opinião.”
Cassaram da eleição presidencial o candidato preferido dos brasileiros, sobretudo dos mais pobres.
O presidente mais popular da história do Brasil está em cana em virtude de uma condenação sem provas acima de dúvida razoável.
O mais impopular, em palácio.
Isso é democracia?
Em destaque: Após último discurso, antes de ir até a Polícia Federal, o ex-presidente Lula é carregado de volta ao Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, no dia 7 de abril.
Ótima análise histórica e da conjuntura atual.
Só votei no Lula um vez, mas detesto mentiras e essa hipocrisia desses traidores do Brasil, traidores do povo, que só querem destruí o Brasil. Obrigada seu esclarecimento é perfeito, os fatos são esses, não querem o progresso do povo, só a miséria para venderem nossos tesouros aos capitalistas estrangeiros.
Parabéns uma excelente matéria.
Jornalismo de verdade e isso.
Fanstastico trabalho!erece. Prêmio! Obrigada por colaborar, com a ordem desse país, pois aquelas palavras ordem e progresso na bandeira, estamos perdendo seu significado. Você é patriota. Grande abraço.
Esse BANDIDO foi condenado por quebrar o país, nunca na história do Brasil se ouviu falar de tanto dinheiro nas mãos só de políticos, a JBS foi feita pra fazer dinheiro com proposta de enriquecer a família desse bandido sem estudo que cortou o dedo pra pedir indenização. O tanto de dinheiro que ele deu de graça a outros países comunistas. Fala sério. Tem que pegar tudo de volta pra erguer escolas e hospitais, e com saúde e educação que se faz uma nação.
ok
Análise perfeita. Assino embaixo.
Obrigado! Infelizmente muitos ainda não acreditam em tudo isso que está acontecendO. Acham que é apenas um delírio dos “comunistas”.
Excelente
Isso é jornalismo de verdade o resto é secos e molhados.
Excelente matéria, muito clara e objetiva, explicando detalhadamente as fases do golpe.
Lembrou-me de “O processo” de Kafka… Excelente artigo! Agradeço a Lula a possibilidade de cursar a universidade, fui a primeira de minha família. Hoje, trabalho em um Instituto Federal em Minas, um entre as centenas de Institutos criados por Lula. Ele merece minha confiança. #Lulalivre
Excelente texto. Resume tudo que ocorre até agora, desde o Golpe no governo Dilma até a prisão do Lula.
É inacreditável como tem muitos brasileiros que conservam seus preconceitos e não querem ler, ver e enxergar as verdades.
O Brasil não precisa deste tipo de brasileiros. O Brasil vc é um país livre e sem egoísmos. Aqui já não cabe mais este tipo de pensamento mesquinho destes cidadãos que só cultivam o ódio e a vingança, hipnotizados por uma mídia irresponsável.
Dilma caiu e Lula está preso mas ainda resta a esperança de dias melhores. O mal não perdurará por muito tempo. O bem sempre ganha. As eleições vem aí, se deixarem, e daremos a resposta na medida certa, com consciência e tranquilidade.
Texto, certeiro, elucidativo e genial. Muito, mas muito obrigada por nos presentear com seu texto.
Atualmente Mario Magalhães é nosso maior cronista.
Dado o atual “estado da arte” essa afirmação poderia soar não como um elogio, mas um deboche.
Nosso jornalismo atual parece um pesadelo para quem cresceu assistindo um programa televisivo como o Abertura que quebrava na forma e no conteúdo (hoje formam essa tal de “narrativa”…arrgh) com o modelo Global da Imprensa Governista (irmã gêmea da Imprensa Golpista com suas tintas e bytes diários e diuturnos de veneno tóxico que nossos jovens parecem só conhecer) e que contava com figuras tais como Glauber Rocha, Mino Carta, Antônio Callado, Fausto Wolf, Fernando Sabino, Newton Carlos, Millôr Fernandes ou João Saldanha. Ou para quem lia os cadernos de cultural dos Grandes Jornais (sim meus jovens isso existia, os jornais e os cadernos de cultura). Ou mesmo os últimos suspiros de um O Nacional ou de um Retrato do Brasil.
Mario Magalhães merece todos nossos elogios e nosso respeito e foi a melhor incorporação do IB além da revelação de João Filho. Os dois tem a característica principal daquele jornalismo, o humor e a seriedade, a profundidade e a leveza. Obrigado mais uma vez, é um raio de luz nessa escuridão em que estamos entrando.
1- aceleração exacerbada do processo em relação a Lula
2- ausência de provas contra Lula
3- juiz em fotos com acusados , opositores do PT, demonstrando parcialidade
4- STF agindo de acordo com a sigla partidária do envolvido ( áudio de Jucá: Jucá livre; áudio de Delcídio: Delcídio preso)
5- Delações só aceitas quando envolve Lula.
6- efeito Tacla Duran bloqueado da mídia e do judiciário, sem investigação.
E POR AÍ VAI
Parabéns!
Parabéns e obrigada!
Você, cada vez melhor.
Receba minha admiração.
Beijos e carinho,
Eli.
Esperamos sinceramente que aqueles que com grande eloquência elogiaram o texto do post, se dignem a lutar pela liberdade do Lula de uma forma mais contundente e prática.
Como é bom – e raro – ler um texto com essa qualidade! A exposição clara dos acontecimentos te leva a conclusões óbvias. Não há necessidade de adjetivações. Bravo, Mário Magalhães!
Prezado blogueiro da extrema esquerda e extremista imparcial: moro em São Bernardo, sua população é de 822.000 habitantes em 2016 segundo o IBGE. No espetáculo do Bunker/Sindicato do seu querido ex presidente tinha segundo a Polícia Militar,por volta de 1.500 “cumpanheiros” ou seja, menos de 0,20% da população da cidade, e o pior é q a maioria dos q estavam lá, nao são moradores da cidade, e sim seus eternos puxa sacos como você… “Espetáculo deplorável’ para quem está no fim da carreira e nao se conforma com a lei, achando como sempre que está acima dela, como ocorreu em sua trajetória sindical e política….
“Fim de carreira” e botando no chinelo todos os demais concorrentes ao cargo de presidente, incluindo o ex governador do estado do Tucanistão. Imagine se não tivesse em final de carreira
O seu texto é definitivo, elucidativo e precisa ser transformado em cartilha e distribuído ao povo jovem desse país. Se precisar da minha ajuda, sabe onde me procurar
Bravíssimo, grande e eloquente artigo. Sem falhas e no tom que o momento exige. Farto em evidências incontestáveis. Esclarecedor. Abundante nas comparações que revelam a viés do que é processual. Grande jornalismo. A gente agradece. E divulga amplamente.
Gostaria de perguntar se há tradução deste artigo para outras linguas.
att
Amigos ACORDEM não se deixem enganar. O CARAS que o prenderam JAMAIS permitirão que Lula saia de lá TRIUNFANTE nos braços do povo, numa boa. Isso seria humilhante demais para eles. Não existe essa possibilidade, esqueçam, parem de sonhar. Nenhum tribunal irá libertar o Lula, nenhum juiz terá coragem de dar-lhe um habeas corpus. Por vias judiciais torna-se impossível ter Lula de volta a curto e médio prazos. Ou se encontra uma outra alternativa e já, ou ele irá apodrecer e quem sabe até morrer na masmorra preparada pelo Moro.
Isso me parece óbvio.
Até quando uma população vai servir e defender o banquete dos poderosos, e contentar-se com promessas de migalhas, até quando vão fechar os olhos!?…
Texto genial, com dados necessários -o mais completo e bem escrito que li estes dias todos. Dá vontade de gravar em áudio e publicar nas webradios da vida.
Tenho 19 anos sou mulher preta e pobre faço faculdade na federal e estou COMPLETAMENTE desiludida com o meu próprio país depois disso
Não desanima não, Juliana. O Brasil – e quando digo Brasil, me refiro aos brasileiros, nossos irmãos – precisa de vc, da sua juventude, do seu estudo, do seu ânimo pra contribuir para que essa situação seja revertida. Eu não vou ver, mas vc e seus filhos vão. Força!
Além de excelente texto, como sempre, é de caráter histórico. No futuro vão entender melhor esse momento triste que passa o país e o ataque violento que nossa frágil democracia sofre.
Vou contar uma história longa , mas necessária para provar esse ódio
Em 1990 eu fazia faculdade na UFRRJ. Recebi uma ligação de uma tia perguntando se eu não tinha interesse em fazer um freela e ir tirar umas fotos do velório do Luiz C. Prestes ( minha tia trabalhava no consulado austríaco e era função dela reportar ao governo daquele país tudo que acontecia de relevante por aqui) . O pagamento seria uma passagem de ida para SP. Aceitei na hora
Feito o serviço , fomos para o aeroporto. Na sala de embarque estava o Lula, Gushiken e Mercadante. Fui apresentado ao Lula e comentei com ele que o meu pai era um fã dele ( morreu sendo) . Muito bem , chegando em SP , já na sala de desembarque , o ex presidente me perguntou se meu pai estava me esperando pois ele ia dar um abraço nele ( um adendo, o cara não era candidato a nada em 1990 . Fez pela personalidade dele)
E assim foi feito. O ídolo do meu pai foi abraça lo. Ao lado do meu pai estava um senhor que estava conversando com ele. Esse Sr se recusou a esticar o braço ao Lula. E saiu vociferando . Ou seja em 1990 o ex presidente não tinha nenhum cargo público , não havia triplex, sítio etc. O motivo de não ter esticado o braço só pode ser explicado por esse ódio de classe
Valeu o depoimento, Paulo Henrique de Lima.
A história me parece ser composta de três passos pra frente e dois pra trás. O problema é que volta e meia damos setenta passos pra trás e quando voltamos a andar pra frente, esquecemo-nos dos passos pra trás e nos parabenizamos pelas [re]conquistas. Essa história sua é de 1990; em 2006 eu já achava que nunca mais ouviria algo do tipo; em 2017 eu desisti e pulei fora do país…
Infelizmente, não tenho mais esperanças…
Belo texto, na declarada intenção de fazer paralelos entre a história de Lula e a de outros politicos do passado. Crer que existam ou não provas é questão de foro íntimo, de convicção para cada um de nós. Os juizes que as examinaram entenderam que provas haviam, daí a condenação. O resto é choro, bravata, redenção e, ao fim, resignação.
Lula e os seus querem fazer crer que foi punido por seu comprometimento com os pobres, mas tudo aponta no sentido de que o foi pelo comprometimento ilícito com os ricos. Afinal, não me consta que Odebrecht, OAS e outras empreiteiras do clube financiador da corrupção fossem casas paroquiais de assistência aos pobres.
Agora, restam os outros. Nossa democracia não pode continuar a assistir uma corrida de revezamento entre quadrilhas. Que venham os demais partícipes desse circo trágico. Esses, certamente, também não terão sequer nossa compreensão ou piedade. Afinal, a lei há de ser para todos.
PERFEITO!!!!
Que pastel! Ah! O nome agora é coxinha, né?
Que texto lindo! Emoção transborda!
Perfeito, Mário. Vamos em frente.
Mário, bom dia!
Texto magnífico, carregado de dados irrefutáveis .
Relato histórico! Parabéns. ..
Grande artigo, Mário! E parabéns ao “Intercept”, que vem se constituindo em veículo legítimo, sem partidarismo, e dos raríssimos legíveis, em meio a nossa mídia golpista, velhaca, acanalhada!!!
Mario, gratidão por contar toda a estória à História!
Prestem atenção que tem comentarista que parece ser pessoa comum com opiniões contrárias mas se você verificar todo o histórico dele no The Intercept verá que publica os mesmos textos com outros nomes. Isso é indício forte de fake, bot ou comentarista pago. Hoje vários acorreram (em tempo recorde!) para este post para o deslegitimar. Tem gente ganhando dinheiro para atacar o site. Não é para menos, The Intercept tem sido duro nas críticas ao MBL. Sabemos que esse grupo é financiado por think tanks americanos como o Students For Liberty (que por sua vez é um braço do USAID, procurem saber). Há muito em jogo porque o site é internacional, tocado por um jornalista laureado com o Pulitzer, Glenn Greenwald.
Todos os comentaristas abaixo que atacam o site são conhecidos aqui há muito tempo. Eles não estão aqui porque gostam do site ou porque estavam passando e viram algo que não concordam. São comentaristas contumazes. Isso tem cheiro de ser algo orquestrado e pago com dinheiros. Não nos enganemos: a direita gasta muita grana (eles têm, há suspeitas inclusive de empresários terem pago mensalão para os deputados terem votado a deposição de Dilma Rousseff) para atingir seus adversários.
só pode comentar quem “gosta do site” ou…”concorda”????? não é atoa que socialistas sempre são “eleitos” com 99% dos votos..só não é 100% para não ficar muito grotesco. Se assim for basta bloquear todo mundo.
PS. lembro da autobiografia de Trotski ele dizendo que nos primeiros dias no poder não entendia a expressão “solução administrativa”..muito utilizada para lidar com os inimigos..é uma sorte o Daniel San não ter esse poder pq senão eramos candidatos certos à tal “solução administrativa” (o velho tiro na nuca que os bolcheviques tanto apreciavam)
Tô de olho em vc também, Ozimandias. A Rose, o Matias Queiroz, o Genital Lacerda, o Nosli, Goodfella, Carlos Martins eu já demonstrei em outros posts que são fakes!!! Espero que você não seja um deles. Se for, eu vou te pegar também!
Cara q ideia fixa…. existem mtas pessoas q podem divergir do seu ponto de vista e não apenas uma única pessoa com diferentes nomes. E não me preciso de justificar pra vc dizendo q não sou paga para emitir minha opinião.
Se vc está tentando com este discurso repetitivo “intimidar” as pessoas q critica e afirma serem sempre a msm pessoa…. sinto decepciona-lo…. mas seguirei emitindo minha opinião quer vc concorde ou não.
Interessante Daniel… quem não tem a mesma opinião neste site só pode ser de direita? Você sabia que nos sites de direita também é assim… quem não concorda é esquerdopata. O correto não seria que vocês e eles são iguais? Assim como Lula é tão canalha quanto Temer? Com certeza o “casamento” do PT com o maior corruptor do Brasil, o PMDB nunca é lembrado… assim como não é lembrado que quem votou no governo mais impopular foi quem votou em Dilma. Falando nisso na cidade ou estado em que você mora vai ter aliança entre PT e MDB nestas eleições? Na minha vai apesar do golpe (segundo a direita é górpi). Sou coxinha? Fique sabendo que nos sites de direita sou xingado de mortadela. E como eu digo lá, digo aqui também: parabéns a todos que expressam suas opiniões em “favor” e principalmente “contra a maré”. Parabéns também a quem responde com argumentos e não com agressão verbal ou procurando rotular o oponente ideológico. Isso é democracia e não somente o ato de comparecer a uma urna eletrônica em outubro para votar (ou ter a ilusão de que está votando…).
Em companhia dos fakes hehehehe
Marco Antônio, não sei quem vc é, mas vc está sempre rodeado de fakes. Se é coincidência ou não (como dizem, não existem coincidência na política), não sei…
Nem todos leitores desta página têm político de estimação e são capazes sim, de discordar de varios pontos – detalhe sem serem pagos para falar mal, como é prática do partido “perseguido”.
Pelo q sei, este site é público e abre espaço para quem quiser emitir seus comentários. Mas de uns tempos para cá, sua postura totalmente de extrema esquerda, com visão dotada de imparcialidade zero, tem me deixado sem vontade de seguir lendo.
Mas acredite, existem mto mais de 1 pessoa q discordam dos textos aqui do site.
Você, Rose, é famosa aqui. Tem textos que você compartilha com outros usuários. Você é comentador (não tenho certeza do seu sexo, vc as vezes vai de Matias Queiroz) pago, deixe de ser hipócrita!
Daniel, pela reação, parece que vc foi ao cerne da questão. Parabéns.
Eu analiso TODOS os posts dos ditos cujos. Existe uma orquestração. Muitos nicks repetem os mesmo textos (sem tirar uma vírgula). Essa Rose já postou o mesmo texto de outros, com se fosse um texto pessoal. Estou denunciando faz tempo sobre esses comentadores. Os moderadores não fazem nada a respeito!!!
Acho isso um cinismo insuportável, essas comparações entre os destinos do Lula e do Temer. O jornalista sabe muito bem – mas se faz de desentendido – as prerrogativas que o Temer tem enquanto presidente, e que o PGR apresentou denúncia contra ele mas o Congresso – eleito democraticamente – rejeitou.
Isso é democracia sim! Um caos, mas é assim.
Queria o que o Temer fosse preso por ser impopular?!! Que asneira!
Lula foi alvo e vítima de um lawfare ultra-violento. Para se conseguir o sucesso nesta tática animalesca de perseguição ininterrupta é nescessário duas coisas básicas: uma judiciário extremamente canalha e uma imprensa irremediavelmente abjeta. E por acaso, o Brasil tem os dois.
Não por acaso, sir.
Excelente trabalho! Obrigado
Texto muito bem elaborado. Como é importante a existência da mídia alternativa é como disse recentemente o diretor da tvt, a mídia alternativa está passando à mídia substitutiva.
Parabéns.
A maioria dos brasileiros nao eh partidaria e nao ficaram felizes em ver o Lula ser preso. A maioria tambem nao acredita que o Lula nao se corrompeu. So um pequeno numero de seguidores ferrenhos apareceu ali no sindicato para futilmente tentar evitar a prisao.
Existe sim um sentimento de injustica pois muitos outros continuam soltos. No entanto, a resposta a este sentimento nao pode ser tirar o Lula da cadeia a qualquer custo. A resposta agora tem que ser pressao para que peguem os outros tambem. Ao inves de ficar pedindo o fim da prisao apos condenacao em segunda instancia, temos que pedir o fim do foro privilegiado.
Matias não sei se suas duas primeiras afirmações estão corretas, mas concordo com você em relação ao pequeno número de seguidores no sindicato (se compararmos ao número de manifestantes contra a corrupção, não só em SP mas em todo o Brasil), bem como ao sentimento de injustiça em relação a Aécio, Temer, Jucá, Renan e outros canalhas que continuam soltos. Discordo de você quanto ao fim do foro privilegiado em razão do mesmo ser necessário para o desempenho das funções políticas. O mais correto, em minha opinião, seria o que o Ministro barroso sugeriu: manter o foro privilegiado apenas nas questões referentes a atuação parlamentar, ou seja, se o político cometeu crime deve ser julgado em 1ª instância como qualquer outro cidadão.
Toda vez