Em meados de março, um tapume em torno do elevador da estação Cinelândia do Metrô foi pichado em letra cursiva: “Marielle presente!”. A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Pedro Gomes tinham sido assassinados a tiros poucas horas antes. Em protesto, dezenas de milhares de cariocas e agregados ocuparam praças e avenidas do Centro do Rio.
Trinta dias mais tarde, a pichação sumiu. Funcionários me contaram que o Metrô mandou pintar o tapume.
Em contraste com a memória apagada na Cinelândia, mais de cem atos públicos mundo afora assinalaram no sábado o aniversário de um mês das mortes por enquanto impunes. Na Lapa, o abre-alas da caminhada até o local dos assassinatos, no bairro do Estácio, foi uma faixa com o recado “Marielle vive – Militarização: não em nosso nome”.
Quanto mais forem lembradas, menor será o risco de matadores e mandantes escaparem ao castigo legal.
À indignação e à tristeza amalgamou-se uma obsessão: impedir que as mortes sejam engolidas pelas brumas do esquecimento. Quanto mais forem lembradas, menor será o risco de matadores e mandantes escaparem ao castigo legal. Os indícios sugerem crime de milicianos, declarou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann.
Por ignorância, inépcia ou maldade, a Secretaria de Segurança do Estado do Rio – sob intervenção – acabou com a escolta de Marcelo Freixo por policiais militares. O deputado correligionário de Marielle Franco presidiu a CPI das Milícias, na Assembleia, uma década atrás. Houve vários planos para matá-lo. A retirada da proteção pareceu convite a mais um atentado político. Seria intimidação a quem inspirou o personagem Fraga, de Tropa de elite 2? [Depois de Freixo se reunir com o general Richard Nunes, secretário estadual de Segurança, escalaram policiais civis para escoltá-lo.]
Um mês depois do assassinato da vereadora Marielle Gomes e do motorista Anderson Gomes, manifestantes se reuniram em vários atos no Rio. As investigações seguem sem resposta. Foto: Ellan Lustosa/Código19/Folhapress
Acumulam-se surtos de insanidade. Em sua reencarnação, desta feita como fanático direitista, o ator Carlos Vereza estercou: “Marielle é um cadáver fabricado por eles… […], a ideologia radical sectária de esquerda”. Nenhum anticomunista é tão devotado quanto um ex-comunista ressentido. Vereza fortalece uma arraigada convicção minha: decência e talento nem sempre são atributos xifópagos. Seu Graciliano Ramos, em Memórias do cárcere, permanecerá como uma interpretação brilhante.
No sábado anterior ao da passeata na Lapa, Luiz Inácio Lula da Silva chegara preso à sede da Polícia Federal na República de Curitiba. Apoiadores do ex-presidente acamparam nos arredores. Na segunda-feira seguinte, o nome dele não foi pronunciado nas chamadas ou manchetes que abrem o Jornal Nacional – a “escalada”, no jargão jornalístico. Na terça, o jornal O Globo não imprimiu o substantivo próprio “Lula” na primeira página. Nem em letra pequenina. Esqueceram-no.
Seus partidários empenharam-se em lembrá-lo. Deputados do PT acrescentaram “Lula” aos seus nomes oficiais. Nas redes (antis)sociais, simpatizantes do condenado adotaram idêntico expediente. Militantes montaram bancas nas ruas e recolheram cartas de cidadãos endereçadas ao prisioneiro. Em Aracaju, algumas foram ditadas por iletrados, como na sequência de abertura do filme Central do Brasil. Manifestantes se aglomeraram na praça Olga Benário, como apelidaram uma esquina nas cercanias da Superintendência da PF no Paraná.
Mesmo em cana, Lula incomoda.
Fizeram-me relembrar da dobradinha de 1936 entre o presidente Getúlio Vargas e o Supremo Tribunal Federal. Entregaram à Gestapo a comunista e judia Olga Benário. A alemã estava grávida. Os nazistas viriam a matá-la numa câmara de gás do campo de concentração de Bernburg.
Mesmo em cana, Lula incomoda.
A Justiça do Paraná estipulou multa diária de R$ 500 mil aos manifestantes se eles não se afastarem do entorno do prédio da PF.
A Prefeitura de Curitiba pediu à Justiça Federal a transferência do preso.
A juíza Carolina Lebbos proibiu que o ex-presidente conversasse com nove governadores que viajaram a Curitiba em solidariedade. Embora o artigo 41 do Código de Execução Penal preveja como “direito do preso” a “visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados”. O despacho judicial não determinou dia alternativo para a visita.
O Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Paraná quer LL – Lula longe, e não Lula livre. A entidade reivindicou sua mudança para “uma unidade das Forças Armadas”, em instalação “que possa oferecer condições de segurança e que não traga os transtornos e riscos à população e aos funcionários da Polícia Federal”.
O “Painel” lembrou que o presidente do sindicato, Algacir Mikalovski, é admirador de Jair Bolsonaro. O delegado tem fotos ao lado do deputado.
O encarceramento de Lula não serenou almas atormentadas. O psicanalista Francisco Daudt comparou-o a Hitler: “[…] As semelhanças me assombraram. Senão, vejamos: a atitude messiânica do ‘Führer’ ao discursar, cuidadosamente ensaiada frente ao espelho para transmitir a maior dose de drama possível, aliava-se à estratégia arquitetada pelo gênio da propaganda manipulativa, Joseph Goebbels”.
O jornalista e escritor Bernardo Kucinski contestou: “Voltei esta semana de uma viagem à Polônia, onde visitei três campos de extermínio, Auschwitz, Majdanek e Treblinka. Ainda sob a forte impressão das atrocidades nazistas, deparo com o artigo de Francisco Daudt, que a Folha julgou adequado publicar, no qual ele compara Hitler, que implantou uma ditadura feroz e provocou a morte de 25 milhões de pessoas, com Lula, que derrubou uma ditadura e tirou da miséria 25 milhões de pessoas. Senti-me mal”.
A autoria do artigo de 2018 me agulhou a memória. Em julho de 2007, a queda de um Airbus A320 que tentara pousar em Congonhas provocou a morte de 199 pessoas. Francisco Daudt, ele mesmo, escreveu que gostaria de ler a manchete garrafal “GOVERNO ASSASSINA MAIS DE 200 PESSOAS”. Entre as causas principais da tragédia do voo 3054 da TAM, a investigação da Aeronáutica apontou o controle indevido de manetes, e não o governo encabeçado por Lula.
Se não fosse uma tirada tão óbvia e vulgar, eu recomendaria ao psicanalista Daudt procurar a ajuda de um… deixa pra lá.
Quem também não se esquece de Lula são os eleitores. O Datafolha auscultou as ruas depois da prisão e constatou que ex-presidente conserva o vigor eleitoral, embora pareça inverossímil que a Justiça lhe permita concorrer ao Planalto. Lula sofreu “impeachment preventivo”, na síntese do cientista político Renato Lessa.
Nos três cenários em que aparece como opção, o ex-presidente lidera, com o dobro da intenção de voto de Bolsonaro e o triplo da ex-ministra Marina Silva. Lula alcança 31%, menos do que os 37% de janeiro. Mas a comparação é imprópria, porque o leque de candidatos do novo levantamento não coincide com o do anterior. Com 8% nas simulações com a presença de Lula, o ex-ministro Joaquim Barbosa, recém-filiado ao PSB, atinge promissores 8%.
A Folha advertiu, ao apresentar os resultados: “Como os cenários pesquisados são diferentes dos analisados em janeiro, a comparação direta entre os dois levantamentos não é possível”. O que não impediu o jornal de estampar a manchete dominical “Preso, Lula perde votos; sem ele, Marina sobe e alcança Bolsonaro”.
No Datafolha, Lula manteve o mesmo vigor eleitoral demonstrado em janeiro; não perdeu votos.
Cenários iguais são os de segundo turno. Não custa lembrar: em janeiro, Lula tinha 17 pontos à frente de Bolsonaro (49 a 32). Agora, mantém a distância (48 a 31). Ostentava 19 a mais que o ex-governador Geraldo Alckmin (49 a 30). Hoje, abre 21 (48 a 27). Eram 15 sobre Marina (47 a 32). Em abril, são 14 (46 a 32). Tudo, exceto a baixa do tucano, oscilações dentro da margem de erro. O petista perdeu votos?
A manutenção da preferência por ele impressiona porque se expandiu a percepção de que Lula, enquadrado como ficha suja, não poderá disputar a eleição: de 43% para 62% dos eleitores, aumento de 44%. Ao contrário da imprensa em que a opinião virtualmente única sentencia que a Justiça fez justiça no processo do triplex do Guarujá, 40% dos entrevistados julgam injusta a prisão do ex-presidente (contra 53%). Metade defende o direito de Lula se candidatar.
Dois terços dos que manifestam voto nele sufragariam “com certeza”, se impugnada sua candidatura, alguém indicado pelo ex-presidente. O jornalista Merval Pereira diagnosticou o “final de atuação política” de Lula. Teria de fato caducado a atuação política do possível “grande eleitor” de 2018?
Por mais que certo noticiário omita, oculte e minimize Lula, a crônica dos seus dias na carceragem da PF é acompanhada com curiosidade. Ele assistiu pela TV, no primeiro domingo privado de liberdade, ao seu Corinthians conquistar o título paulista contra o Palmeiras. Levou dois livros para a prisão: o ensaio A elite do atraso, de Jessé de Souza, e o romance Vá, coloque um vigia, de Harper Lee. O sociólogo Jessé visitou o acampamento pró-Lula.
Foto: Rodrigo Félix Leal/Futura Press/Folhapress
Desde a prisão de Lula, no dia 7 de abril, manifestantes se revezam em acampamento próximo à Polícia Federal, em Curitiba.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto fez outra visita, ao triplex que serviu de pretexto para a condenação de Lula e o seu provável banimento das urnas. “É uma denúncia da farsa judicial que levou Lula à prisão”, disse Guilherme Boulos, coordenador do MTST e candidato à Presidência pela legenda do PSOL. “Se o triplex é dele, então o povo está autorizado a ficar lá. Se não é, precisam explicar por que ele está preso”. A PM apareceu, e os sem-teto se retiraram.
Um antagonista de Lula foi lembrado não apenas pelo Datafolha. A Procuradoria-Geral da República denunciou Jair Bolsonaro por racismo. Há um ano, o capitão falou: “Eu fui em um quilombola [sic] em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais”. O discurso em que negros são tratados com vocabulário pertinente a animais foi proferido no Rio, em meio a risadas de parcela da audiência, no clube Hebraica.
Filho de pais protestantes mortos em campos de concentração nazistas, Milos Forman morreu aos 86 anos. O cineasta deixou a Tchecoslováquia depois da invasão do país pelas tropas do Pacto de Varsóvia, em agosto de 1968. Seus filmes Um estranho no ninho e Amadeus paparam estatuetas do Oscar, mas eu me lembro mais da menosprezada versão do musical Hair _de suas cores, canções, comícios e coreografias contra a guerra do Vietnã.
No ataque aéreo de Estados Unidos, Reino Unido e França à Síria, anunciado na noite da sexta-feira, pensei noutra guerra ou massacre. A Casa Branca jurava que o regime de Saddam Hussein, no Iraque, possuía armas químicas. A acusação comprovou-se falsa. Em 2018, se desconhece prova de que o governo de Bashar al-Assad tenha sido o responsável pelo alegado recurso a agentes químicos no subúrbio de Damasco _42 pessoas foram mortas no início de abril. É complicado descobrir mocinhos na tragédia Síria. “Missão cumprida”, tuitou Donald Trump.
Na era Temer, o Brasil coleciona derrotas.
Pior do que Trump, porque não teve um só voto popular para o cargo de presidente, Michel Temer foi ridicularizado com 1% na pesquisa presidencial do Datafolha, no cenário em que Lula ponteia com 30%. O vampiro da Sapucaí quis fazer média num encontro com o presidente do Chile, Sebastián Piñera. Disse que desejava as seleções brasileira e chilena na final da Copa. A cortesia pretendida não passou de mico: os chilenos não irão ao Mundial da Rússia.
Na era Temer, o Brasil coleciona derrotas. A precarização do trabalho impulsionou a pobreza extrema, categoria que ganhou 1,49 milhão de brasileiros no ano passado, calculou a LCA Consultores. Já são 14,8 milhões de indivíduos em famílias com renda mensal aquém de R$ 136 por cabeça. Nos últimos 14 anos, 2017 foi o ano com mais assassinatos em conflitos no campo. Somaram 70, inventariou a Comissão Pastoral da Terra.
Com tantas desgraças, um dos sucessos editoriais do ano é um livro narcísico intitulado A sutil arte de ligar o f*da-se, de Mark Manson.
Há quem não ligue (o foda-se), rejeite a viagem em torno do próprio umbigo e se comova com os infortúnios alheios. Na marcha de sábado no Rio, um grito coletivo acalentou a noite do outono: “Atiçou o formigueiro quem mexeu com a Marielle!”.
Na sexta-feira, antes de Caetano Veloso subir ao palco no aterrinho da praia de Iracema, no aniversário de Fortaleza, a multidão bradou por “Lula livre!”. Ao cantar Terra, o eleitor declarado de Ciro Gomes emendou: “Quando eu me encontrava preso, na cela de uma cadeia… Lula livre!” No fim do espetáculo, Caetano proclamou: “Marielle presente! Lula livre!”.
Por mais que uns queiram esquecer, e que o fantasma do esquecimento espreite, muita gente lembra e lembrará.
Em destaque:Pichação em tapume no Metrô da Cinelândia foi apagada antes de 30 dias após o crime.
No país onde esquecer é fácil, a prisão de Lula e a morte de Marielle não têm significado. A divisão das opiniões é que aponta para que o significado desses dois eventos ainda está em debate, patinando, buscando consolidação ou direção. O que significa tudo isso ainda é questão de análise. E nem é assim uma coisa como a estúpida teoria da terra plana, mas a verdade é que valores como justiça, democracia e congêneres, estão suspensos. É nesse contexto que a óbvia injustiça contra Lula é mantida como debate político, mas não é político, e sim meramente jurídico, o que coloca o quanto o judiciário se parece com um comitê eleitoral.
Obrigada, Mário, precisava ler algo assim. Depois de muitos dias frente a tudo isso que você citou, pela primeira vez senti uma pontinha de esperança.
Foi na era Lula que o povo brasileiro soube o que era fastfood, pedir uma pizza no telefone ir ao cinema, estudar, andar de avião. Tenho nojo da elite burra desse país.
Marielle presente! Lula livre.
“Bom” esse texto. Me fez lembrar do Celso Daniel.
Me fez lembrar também do tamanho da encrenca que é fazer do Brasil um país decente.
Quando lembramos que o crime organizado domina todos os setores da sociedade, das milícias às quadrilhas implantadas pelos políticos nas prefeituras, estados e
governo federal, dá vontade de ligar o ‘foda-se’.
Mas foi justamente essa atitude passiva que nos trouxe até aqui. E quando achamos que houve uma evolução com a Lava Jato, o eleitor nos lembra que, pelo visto, ligou o ‘foda-se’ geral e quer a volta do Lula a presidência. Afinal, sob a sua liderança o Brasil protagonizou o maior esquema de corrupção da história moderna.
Então eu digo não ao ‘foda-se’. Marielle: presente! Lula livre é o cacete. O que eu quero é o Brasil livre do Lula.
o último dos animais, um bruto, um degradado, um idiota…bem que o velho filósofo estava certo
Resumindo, pagina bem escrita, bem colocada, porem, defensora desse sistema que de esquerda nunca teve nada contra esse rio de dinheiro partidário politico. Apenas continuou o sistema. Chegando a falir muitos empregadores honestos e corretos. Que até chegaram a acreditar que esse companheiro, faria a diferença. Se roubou ou não, a justiça esta sendo para todos. Não tem nada do que vendem como injustiça. Para os cegos lógico. Audácia misturar um titulo de crime humanitário, de causas tão claras e nobres, com crime politico sujo. Que devido a falta de trabalho e coragem, deixou o estado do RJ em constante descaso. Acho até que todos esses políticos , digo todos, tem uma culpa parcial nessa malandragem que se implantou, e a anos ninguém tira. Lamentável.
Audácia misturar um crime humanitário com um crime de direita politica, fantasiada de esquerda pobre. Que sempre se beneficiou sim, ele e o partido dele no Brasil, e ao redor com nosso dinheiro. Esta claro sua defensoria, com lindas e bem colocadas palavras. Porem, sem tato o suficiente para admitir que alem de tudo estar na mesma, conseguiram piorar. hoje a qualidade de vida diminuída esta mais do que nítida! Não enxerga quem quer continuar com essa administração sem preparação acadêmica para comandar um país dessa estrutura. Covardes! Nunca se propuseram a mudar o que se diziam contra. Apenas deram continuidade. Anos jogado fora. Baixa renda desinformada e cega acha que esses programinhas de financiamento estudantil salvou o país. O que salvou o país foi o acordo de mercado importação para que tivéssemos acesso a evolução que mundo a fora tem ! Com isso , a internet dominou nosso país levando conhecimento e acesso a qualquer pessoa que se esforçar e quiser, até entrar em uma federal. Sem financiamentos! Fadiga.
Que artigo fantástico. Sinceramente espero que o TheIntercept mantenha esta linha e os profissionais que tem esta linha. O Brasil necessita de uma imprensa assim, que seja imparcial, profissional, ética, correta e reta.
Pelo menos uma coisa boa aconteceu desse golpe ele acordou muita gente que como eu estava dormindo, dopada e cego hoje sou militante atuante e daqui em diante até o fim da vida.
Que texto ma ra vi lho so! Nada a dizer. Apenas parabenizar!
é notório que lendas e fabulas antigas são representações alegóricas de experiencias humanas fundamentais:
no presente estagio de perversão e decadência da vida cultural do país os professores resolveram encarnar O Flautista de Hamelin, o musico que, contratado para livrar a cidade de uma infestação ratos (encantando-os com a música de sua flauta mágica e levando-os a se afogar no rio) e que, ao não ser pago pelo trabalho realizado se vinga atraindo as crianças da cidade e fazendo com elas o mesmo que fez com os ratos. Os professores fazem o mesmo, de certo modo: não sendo remunerados pela “burguesia” como acham que merecem, se vingam enfiando diuturnamente ideias da esquerda mais demente e delirante nas cabeças ocas de suas crias. O resultado é o que se vê.
Bom mesmo é ter uma certeza tão estanque das coisas que só o fascismo dá, né não?
fascismo??? só?? não tenho mais direito ao pacote completo? kd o coxinha e golpista? assim não dá…
Canalha fascista. isso é o que vc é.
Pessoal esse palhaço escreve á mesma baboseira em todo artigo aqui no the intercept é um boçal qualquer não de atenção.
Exatamente. Faça esse favor a você mesmo. Não perca seu tempo. Não alimente os trolls.
Obrigado, Mário, por mais um texto magistral.
Talvez sem intenção Mário Magalhães e João Filho estejam escrevendo semanalmente capítulos de um futuro livro que retratará com precisão cirúrgica a História do Brasil nesses momentos tristes por que estamos passando. Num futuro distante, quem quiser pesquisar o que se passou nesta nossa época vai precisar ler textos como o dele e do João Filho. Até porque nos textos dos jornalões vai encontrar quase somente manipulações da realidade, mentiras e propagandas do rentismo. Para os jornalões e o resto da mídia hegemônica esse povo sofrido é um mero detalhe, massa de manobra, objeto de midiotização.
Parabéns, Jornalista com J maiúsculo. Que o Merval fique amarelo de inveja e receba o merecido desprezo de quem tem um mínimo de honestidade intelectual.
Aproveito o meu comentário para lembrar que mais do nunca é fundamental que as forças progressistas se unam e apoiem candidatos progressistas nas próximas eleições. Em todos os níveis. Sem um Congresso com maioria progressista fica mais difícil mudarmos essa situação triste que o Brasil passa. O neoliberalismo já mostrou mais uma vez como é: sem visão, sem compromisso com a soberania nacional, sem compromisso com o futuro do país e com a justiça social.
A luta é desigual, já que a mídia e o dinheiro estão do outro lado, mas com mobilização, ideias e perseverança essa luta pode ser vencida.
Apoiar progressistas é nossa obrigação mas o mais importante é lutar contra a fraude que vai ter, e com certeza vai, já começou com a prisão do candidato favorito daqui em diante é só ladeira abaixo.
Um sopro de vida e informação real este texto do Mário. Como sempre.
Tive o desprazer de ler a entrevista do tal carlos vereza, mencionada aqui na matéria.. que cara sem noção, não dizia coisa com coisa e o ápice foi qnd falou do tal do perispirito (?!).. p finalizar o nível de boçalidade terminou a entrevista mandando o entrevistador se f&!%¨!$…
* A juiza nao permitiu a visita dos governadores porque eles queriam fazer a visita no dia errado. Ela indicou que visitas sao permitidas desde que sigam o calendario normal da carceragem como qualquer outro preso.
* A transferencia de Lula para uma unidade das Forcas Armadas foi tambem estudada pelos seus proprios advogados de defesa pois eles queriam uma cela mais luxuosa – uma sala de Estado Maior em dependecias militares (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/04/defesa-de-lula-estuda-pedir-transferencia-dele-para-dependencias-militares.shtml)
Senti que os comentadores de aluguel deram uma “sumida”, não é isso Matias? Ou deveria te chamar de Rose…
Como gosto de ler os comentários desse menino, rábula especializado e especialista em calcular juros e tesouro direto. Ele é bastante representativo de nossas “classes médias” mínimas. Passado dois anos preferem ainda se colocar ao lado dos canalhas, dos cafajestes, dos mal caráter, dos bandidos, de seus malvados preferidos, dos incivilazados e brutos, do que admitir seu erro, sua ingenuidade, seu primitivismo, sua distância em relação ao mundo e ao tempo histórico e seu analfabetismo político.
No meu comentario acima, apenas cito fatos.
É um comentarista comprado, e eu não tenho apenas “convicções”. Ele posta como Rose também.
E eis q o senhor ideia fixa não muda o discurso…. pense o q vc quiser… afinal vc não sabe discutir ideias. Vc ofende quem pensa diferente de vc e gratuitamente. Não preciso me justificar pra vc. Mas tb não me intimido com suas provocações.
Então, diga-me por que no dia seguinte ela mudou de opinião??
Se a juiza abriu excecao em outros casos, cabe ao jornalista buscar esclarecer com a juiza a sua posicao. O que nao pode fazer eh publicar informacao falsa. Neste texto, o jornalista insinua que a juiza quebrou a lei a nao permitir a visita e este claramente nao foi o caso. As regras para as visitas sao as mesmas para o Lula ou qualquer outro preso detido na mesma unidade da PF. Perceba que o texto do correio braziliense que o Mario oferece como link indica claramente este ser o caso. A lei nao foi quebrada.
Tirania não é a ausência da lei, mas o uso arbitrário dela, esse é o fato que você insiste em negar e torcer. E o poder para atuar assim não tem nada a ver com do poder normal e legítimo de juízes atuando no cumprimento estrito da lei. Nem especialista em bater prego você é, é só mais um tonto em admitir que foi, na melhor hipótese, enganado pelo que há de mais retrógrado e autoritário na sociedade brasileira. Só posso esperar que você e os seus tenham uma vida longa para viver no país que ajudaram a destruir.
Simplesmente citei fatos acima. Eu so peco que informacao falsa nao seja publicada. Seria pedir muito?
Pérolas para porcos
Como explicava a filosofa alemã, os movimentos totalitários eram cinicamente enaltecido como “realistas” apesar do visível desdém desses sistemas por toda a “textura da realidade”.
E dizia:
“A diferença mais marcante entre os sofistas antigos e os modernos é simples: os antigos se satisfaziam com a vitória passageira do argumento às custas da verdade, enquanto os modernos
querem uma vitória mais duradoura, mesmo que às custas da realidade. Em outras palavras, aqueles destruíam a dignidade do pensamento humano, enquanto estes destroem a dignidade da ação humana. O
filósofo preocupava-se com os manipuladores da lógica, enquanto o historiador vê obstáculos nos modernos manipuladores dos fatos, que destroem a própria história e sua inteligibilidade, colocada em
perigo sempre que os fatos deixam de ser considerados parte integrante do mundo passado e presente, para serem indevidamente usados a fim de demonstrar esta ou aquela opinião.”
Origens do Totalitarismo, Hannah Aredent
Aprecio muito os seus comentários e por isso tomo a liberdade de fazer uma sugestão que vale para mim também: que tal canalizar as nossas energias para lutar em favor das forças progressistas? As forças do atraso já têm muito espaço na mídia hegemônica, não precisam de mais espaço nem atenção. Pouco importa se são trolls, pessoas desonestas intelectualmente, pescadores de águas turvas, mentalidades dicotômicas, doentias, atrasadas etc. Ignorá-las é um favor que você faz a si mesmo. As forças progressistas estão sendo visivelmente perseguidas e precisam de apoio.
Antes de mais nada agradeço uma vez mais por teus comentários. Vou responder mais ou menos da maneira que respondi a Daniel San que também me alertava para a existência de “perfis falsos e mal intencionados” (os tais trolls&fakes, nossa como sou velho).
Acredito que muito da situação a que chegamos se deve a essa nossa mania de olhar para o outro lado, de relevar e de esperar que as coisas passem como se tivesse sido resultado de uma noite mal dormida. O problema é que, ao despertar pela manhã, constatamos que não eram monstros ou um pesadelo mas a dura realidade. Se são robos representam muito bem a opinião de muita gente. Já estou velho demais para acreditar em inteligência artificial e robos movendo-se autonomamente sem o auxilio e a instrução de um humano. Aristóteles no primeiro capítulo de Política afirma que o homem ou é o primeiro dos animais, porque criou o Estado e a associação política, ou é o último dos animais, um bruto, um degradado, quando vive sem lei e sem justiça.
Acredito que a maioria dos leitores do TI esperam que informacoes falsas nao sejam publicadas. Este eh um principio fundamental que eu esperava poder superar qualquer barreiras ideologicas.
Não existem barreiras ideológicas, existem barreiras democráticas, e estas vocês a romperam com o apoio ao Golpe de Estado, que como todo golpe se baseia no arbítrio e na mentira; é esta barreira que nos colocam em lados opostos, não as “ideologias”.
Bom, se mentira eh parte do problema, so peco que informacoes falsas nao sejam publicadas. O PT ja eh conhecido por usar esta artimanha para enrolar os seus eleitores: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43118825
Eleitor tucano reclamando de informações falsas no IB é realmente o cúmulo do cinismo.
O Matias tem todo o direito e razão de fazer a tal correção, na verdade, quanto mais cuidado a gente tiver em defender um ponto, menos brechas para ataques desonestos e populistas da oposição poderemos sofrer. Cada falha no discurso deve ser corrigida sim e a correção sugerida pelo Matias, não é para nós abalar, mas para nós fortalecer. Não há necessidade de ataca-lo.