Nasci em São Bernardo do Campo, São Paulo, mas fui criada até os 20 anos em Ribeirão Pires, um município pequeno também no Grande ABC, antes de voltarmos para a minha cidade natal.
Minha mãe é professora; e meu pai, engenheiro eletricista. Juntos, eles conseguiram dar uma vida privilegiada e confortável para os quatro filhos. Nós estudamos em escola pública, mas crescemos podendo fazer inglês, francês, natação, balé, judô. Viajávamos para a casa da vó nos feriados, para a praia nas férias, e sempre tivemos carro. Nos finais de semana, passeio no shopping, no cinema, às vezes um restaurante. E eles sempre nos apoiaram em tudo, sempre nos incentivaram a realizar nossos sonhos. Meu pai fala: “se eu tô aqui em Dubai trabalhando, é para conseguir que vocês realizem os sonhos de vocês”.
Apesar disso, meus pais sempre mostraram para a gente que nós, negros, estamos nas camadas mais periféricas da sociedade. Desde pequena, eu percebia, mas ainda não entendia muito bem, o porquê de a minha mãe nos ensinar a dificuldade de sermos mulheres – e sermos negras. Ela não tinha um discurso feminista, mas de certa forma sempre foi. Ela dizia: “mulheres só se ferram nesse mundo, então vocês se preparem. O mundo é muito desigual, e o mundo é racista”.
Sobre o racismo, minha mãe já tinha um discurso mais concreto. O racismo que existia não era culpa nossa. Ela dizia que a gente não deveria se envergonhar, que a culpa é do racismo, que a culpa foi da escravidão, foi de não haver mudanças estruturais para nós – e que, por isso, somos a maior parte da população pobre, de baixa renda, com pouco estudo, carcerária.
Quando chegou a época de escolher uma faculdade, decidi fazer medicina. Mudei muitas vezes de ideia, nunca soube direito o que queria fazer. Sempre fui péssima com as exatas, porque na escola pública nunca tive bons professores dessas matérias – às vezes nem tinha aula. Escolhi a medicina após fazer um curso técnico em nutrição, já no 3º ano do Ensino Médio, e perceber que gostava da área da saúde.
Eu sabia que era concorrido. Em 2010, fiz o vestibular e não passei. Mas falei que ia fazer mais um ano. Fiz, ainda não passei. Conforme passavam os anos, minha nota foi melhorando. Foram cinco vestibulares até entrar. Fiz cursinho no Anglo, Objetivo e Etapa, três pré-vestibulares particulares, de elite. Nos primeiros anos, eu morava em Ribeirão Pires, e o cursinho mais perto era em Santo André, há 40 quilômetros de distância. Na época, eu não tinha carteira de motorista, então eu ia de ônibus, que demorava duas horas para passar e não tinha regularidade. Eu acordava às 4h30min da manhã.
Quando a gente mudou, no final de 2012, para São Bernardo, os cursinhos eram perto de casa. Então eu tinha mais tempo para descansar. Tanto que nesses dois anos minhas notas melhoraram e eu passei. Felizmente, eu tive o privilégio de ter um pai e uma mãe que podiam me bancar enquanto eu buscava meu sonho. Durante esses cinco anos, não trabalhei, não fiz nada além de me focar na aprovação. Minha vida era só ir para o cursinho, especialmente nos dois últimos anos. No fim, dei sorte de conseguir entrar. Sorte, sim, porque tem fraudador.
Desanimada com minha nota, procurei no Sisu universidades que tinham aeroportos perto. Escolhemos a UFMT. Eu era da turma 2015/2, ou seja, começaria na metade do ano. Como teve greve, o início foi ainda mais tarde.
Aí você chega na faculdade e é um lugar branco.
A vinda para Cuiabá foi um choque. Fui morar em um pensionato, para não ter de comprar móveis, mas ele era péssimo: sujo, com um fogão que não funcionava e uma geladeira que não gelava. Era cada um por si, e eu não tinha onde preparar comida. Aqui também é muito quente, e não tinha ar-condicionado. Na primeira semana, tive uma queimadura de primeiro grau por conta do calor.
Aí você chega na faculdade e é um lugar branco. Eu comecei a ver que tinha muitas salas onde não existia uma pessoa negra, uma pessoa indígena. Não fui bem recebida. A gente tem sessões de tutoria, onde vários alunos se sentam para discutir sobre casos hipotéticos com a presença de um tutor. É muito difícil eu abrir a boca para falar sobre alguma coisa academicista, sobre alguma pesquisa, e não ouvir ninguém refutando. Muitas vezes, a função do tutor é mediar, mas os colegas diziam que eu estava errada, e o tutor simplesmente não falava nada.
Também era comum escutar pessoas falando que eu não devia estar ali, que provavelmente não era o meu lugar, porque eu não estava conseguindo dar conta do curso. Eu estudava muito e não absorvia nada. Minha melhor amiga, uma psicóloga, comentou: “Isso é um mecanismo de fuga. Sua mente não grava para você conseguir voltar para casa”.
Voltei a fazer terapia, como já havia feito na minha adolescência. A terapeuta foi me ajudando a achar um método mais eficiente para estudar. Foram diversas crises de pânico antes de ir para as sessões de tutoria. Eu tinha crises nervosas, abria a boca e chorava. Uma vez eu sentei no chão e travei: não conseguia me mover de tão nervosa que fiquei. Eu sabia que ia ficar ali três, quatro horas, e toda a vez que abrisse a boca iriam me questionar, me refutar, me humilhar. Não importa se é proposital ou não. As pessoas adoram dizer “eu não sabia” ou “não tive a intenção”, mas aí elas já fizeram. O mal já está feito.
O terceiro semestre – um dos mais difíceis, porque começam as aulas práticas de atendimento de pacientes em postos de saúde e hospitais – foi o primeiro que passei direto, sem precisar fazer exames. Veio o quarto semestre, eu fui melhor, mas comecei a me sentir fraca, o corpo pesado, dores no corpo horríveis, não querer fazer coisas que antes me davam prazer. E eu fui começando a ficar mal, e a minha terapeuta falou: “Eu acho melhor você procurar um psiquiatra”.
Fui diagnosticada com depressão grave, precisando ser medicada. Felizmente, tive condições de pagar terapeuta e psiquiatra, diferente de muitos colegas que ficam sofrendo. Isso foi na metade de 2017. No início, tive aquele peso do diagnóstico, mas com o tempo eu comecei a ver que alguns dos sintomas eu havia tido a minha vida inteira. Quando algo muito ruim acontecia eu falava comigo mesma: “Seria bom se eu não existisse”.
Mas foi só nesse semestre que eu realmente planejei meu suicídio e decidi ligar para a minha mãe. Se tinha alguém que merecia saber, era ela. Minha mãe sempre me apoiou em tudo, e não poderia deixar ela pensando que a culpa era dela. Não era.
Eu e minha irmã éramos as únicas negras do inglês, do francês, da natação, do balé.
Iniciei o tratamento e, agora, que já passou um certo tempo, tenho noção de que a minha depressão grave foi desencadeada pelo racismo institucional da faculdade de medicina. Eu nunca me senti acolhida nos espaços que eu frequentava, porque a minha família há muito tempo insiste em ser negra fora do que os outros pensam ser o espaço dos negro.
Nós éramos a única família negra do bairro. Eu e minha irmã éramos as únicas negras do inglês, as únicas negras do francês, as únicas negras da natação, as únicas negras do balé. Nós éramos os únicos negros no shopping que não estavam lá trabalhando, os únicos negros na praia que não estavam vendendo alguma coisa.
Mas o racismo não para. Quando tenho aula prática no hospital universitário, preciso mostrar o crachá para comprovar que sou estudante de medicina. Uma colega minha comentou outro dia que há anos não sabe onde o crachá dela está. Ela perdeu. E nunca precisou usar crachá. Eu estou há quatro anos aqui, e há quatro anos sou barrada. Os seguranças não acreditam que uma mulher preta pode ser estudante de medicina como os outros jovens brancos que eles veem entrando normalmente no hospital. Na visão habitual deles, o negro é o paciente do SUS, e não quem está ali prestando serviço para levar saúde à população.
A gente tenta abstrair. Mas são tantas microagressões em um único dia que não dá para aguentar. Numa mesma semana, me barraram na prática de ginecologia e obstetrícia e fui humilhada por uma enfermeira. No dia seguinte, na prática no posto de saúde da família, fui humilhada por um interno, que me mandou calar a boca no meio da consulta com um paciente.
A situação da minha família surpreendeu muita gente desde que entrei na faculdade. Nos primeiros semestres, perguntavam muito sobre “qual bolsa” eu recebia para me manter. Nenhuma. Eu sou cotista, mas existem seis tipos de cotas diferentes. As pessoas acham que, se você é negro, automaticamente é cotista e pobre.
Kleriene apresentando duas de suas pesquisas no 11º Congresso Paulista de Infectologia, em São Paulo, SP.Fotos: Arquivo pessoal
Não existe vergonha nenhuma em cota, em bolsa, em nada. São políticas públicas. CNPq é política pública. Capes é política pública. Tanto política pública quanto um bolsa família, tanto política pública quanto cotas. Não é vergonha ser cotista. Mas é racismo não acreditarem que um aluno negro pode ter um bom status social. Quando digo que meu pai é engenheiro, que minha mãe é professora, as pessoas me olham sem acreditar muito. Sempre perguntam se meu pai é branco. Se falo que ele já morou em México, Dubai, Rio, a trabalho, ninguém acredita.
Nos quatro anos de faculdade, viajei para diferentes países para apresentar meus trabalhos, visitei minha irmã que mora no Rio de Janeiro, fiz atividades que não condizem com o estereótipo de preto e pobre. Meus colegas demoraram a acreditar que isso era possível. Eles demoraram três anos para acreditarem que eu não estava mentindo.
Nós nunca superamos o racismo, mas vamos aprendendo como lidar e como combater. Faço parte de um coletivo de estudantes e médicos negros chamado “NegreX”, criado em 2013, e que reúne gente do Brasil inteiro. Fazemos campanhas, como o NegreX na escolas, mostrando para as crianças negras de escola pública que é possível ter médicos negros. Fazemos estudos sobre negritude e encontros nacionais para discutir pautas como, por exemplo, solicitar comissões verificadoras de cotas para investigar fraudes.
A cor da minha pele não define meu QI. Nunca definiu e não vai definir.
Eu sou uma pessoa muito destemida, eu não desisto. Não importa que eu caia dez vezes – eu levanto 11. Eu fui me aperfeiçoando. Mas pude fazer isso graças ao apoio das pessoas que queriam me ver bem, graças aos meus pais. Eu não teria chegado aqui sem eles.
Durante uma das minhas crises, alguns meses atrás, minha mãe falou algo muito importante: “Kleriene, pensa em tudo o que seus ancestrais passaram, pensa do nosso primeiro ancestral que foi pego cativo lá na África, foi trazido para cá, tomou chibatada, dormiu no chão, foi separado da sua família, as mulheres foram estupradas, os homens foram feitos de ‘bichos sexuais’, as crianças foram entregues como se fossem mercadorias, a gente trabalhava de sol a sol. Pensa em tudo o que nossos ancestrais foram passando ao longo desses quatro séculos, o teu avô, a nossa bisa, o meu pai, eu, para a gente estar aqui agora, para você ter a oportunidade de estar dentro da universidade”.
Hoje respondo às situações racistas de forma diferente. Eu consigo lidar melhor com as situações e não me sentir culpada pelo que acontece. Antes, a cada silenciamento, a cada ato racista, eu voltava pra casa e chorando e achando que realmente eu não era boa o suficiente. Agora não mais.
A cor da minha pele não define meu QI. Nunca definiu e não vai definir.
Parabéns que Deus continua a te abençoar e te guarda .
Parabéns moça! Sinto orgulho de você.
Nossa! Como ela é bonita!
Eu como nao sou branca, jamais vou conseguir entender 100% o que os negros passam apenas por…serem negros. Eu fui ler alguns comentarios desse texto e eh incrivel como as pessoas nao entendem uma realidade diferente delas e amam apontar dedos. Voce tem que ser muito forte pra conseguir viver em um pais que te trate assim, por isso eu acredito muito no seu potencial e na sua capacidade, eu jamais vou te minimizar ou te enchergar como vitima. Fico muito feliz de ver que a situacao esta mudando e que hoje eh possivel que uma mulher negra estude medicina, porem falta muuuuuuuuito pra termos igualdade de genero e que o racismo acabe. Parabens pelo seu esforco, sinto muito pela sua depressao e pelo racismo que voce sofre.
Leitura interessante, principalmente para mim, que sou Branco, filho de camioneiro e dona de casa, que cresci num bairro marginalizado de Várzea Grande, sempre estudei em escola pública, nunca fiz inglês/francês ou judõ ou qualquer outra coisa paga por falta de dinheiro e passei no vestibular para medicina na primeira tentativa nesta mesma ufmt citada. Acho que nunca sofri bullying na infância e, quando era chamado de macarrão, picolé de côco e outros adjetivos, resolvi com porrada pois nem sabia que existia Psicologia
“quando era chamado de macarrão, picolé de côco e outros adjetivos, ”
Duvido que isso acontecia
Eu não sou um homem hétero, cis, branco e cristão. Mas se fosse um deles, muito dificilmente votaria em um partido desses da esquerda identitária. Cada pessoa vota, principalmente em eleições majoritárias, calculando perdas e ganhos. Todo mundo precisa de um torrão de açúcar para se dar ao trabalho e à agonia de participar de eleições. Mas para quem é homem hétero, cis, branco e cristão, a esquerda identitária oferece apenas uma culpa e um conjunto de dívidas e obrigações daí decorrentes. Ora, ninguém gosta de se sentir culpado nem de assumir responsabilidade por pecados, principalmente quando julga que não os cometeu. Nem gosta de ouvir o tempo todo que tudo em sua vida é resultado de privilégios, principalmente quando olha em volta e vê que tem menos do que mereceria ter. Ou nem se considera propriamente uma pessoa desprovida de méritos, esforços e sacrifícios, que não tenha que matar um leão por dia, que não tenha tido que enfrentar desvantagens e dificuldades. Mas a esquerda identitária basicamente diz para esse sujeito que sua vida se resume a privilégios, que ele é parte da injustiça social e que tem que se acostumar a perder para que os outros possam, enfim, ganhar alguma coisa
https://revistacult.uol.com.br/home/esquerda-identitaria-e-satanizacao-da-maioria/
Tudo que você falou aqui e pura realidade. Eu quando chego no Brasil nunca pensei que aqui tinha tanto preconceito por que eu falo isso ? porque a 54 porcento da população e negra se não errei no Número, lembrei um dia fui num refugiado Léa contratar pessoas quando cheguei eu falei que veio pra participar numa palestra e depois pra contratar pessoas a recepcionista falou pra prum você veio pra procurar emprego eu falei que não, ela não acredito depois ela falou pra mim a sala da palestra está no corredor a direita eu fui e quando entrei todo mundo me olhou de um jeito como está dizendo que você está fazendo Ali, depois entrei e sentei e me apresentei falei que sou engenheiro de produção estou fazendo uma pós-graduação em produção e logística e Todo mundo fico à sombrado como que isso não é possível. Depois que termino a palestra agente foram almoçar depois pra entrar na sala pra contratar na entrada deixarem entrar todos os brancos e quando chega pra eu entrar me paro eu expliquei tudo não me deixo entrar, as pessoas que estavam comigo foram chamar o responsável pra me deixa entrar foi muito humilhante pra mim naquele dia. Porque me da pra entender que um negro não pode ser um emprendedor porque eu era o único negro Haitiano no meio. Aqui no Brasil o preconceito e muito forte contra os negros mas pro negros que se esforça pra ser alguém na vida por exemplo como nos.
Como eu faço pra participar neste grupo pra dar meus apoios por favor .
Sou Claudy Macillon. Sou do Haiti. Fiz meus estudos na República Dominicana.
Pior coisa do mundo é ser negro(a) e estudar em escola particular onde a maioria dos alunos se entendem como sendo brancos. Escola nenhuma quer tomar partido sobre ”assuntos polêmicos” e não vão fazer nada para integrar o aluno e pelo menos neutralizar o racismo, e aí o negro(a) é tratado pelos próprios professores e demais autoridades da escola, como ”incapaz”, ”não se esforça”, ”medíocre”, sendo que o professor fecha os olhos para a situação em que o negro(a) é identificado como sendo ”inferior, feio, esquisito” e com isso passa a ser perseguido pela turma de classe, passe a ser excluido e só é lembrado para ser humilhado. E os professores(a) ao invés de reconhecerem a situação e darem devida importancia, não, fecham os olhos, tal atitude de ignorar os fatos, dificulta fazer a relação entre a situação de bullying e violencia simbolica sistemática com a relação indiferente do aluno perseguido com a escola, o ensino e a aprendizagem, e por isso tal aluno passa a ser ”aquele que não acompanha o desenvolvimento da classe, e não quer acompanhar”, aquele que ”não amadurece”, aquele que ”não aproveita as oportunidades”. O problema maior é que depois no futuro, o aluno(a) vai apagar essa parte da sua história, essa sua experiência não tão boa, para não ser ”aquele que se faz de vitima”, já que vivemos em uma sociedade onde todos somos iguais.
A pessoa é negra num país racista e os pais colocam o nome de Kleriene…lamentável.
E desde quando o nome determina quem vc é? Aff!
Pois é. Tem gente racista que quer decidir até o nome que as pessoas devem colocar nos filhos. Até nisto querem mandar. Racismo é foda, mesmo! É graças a este tipo de pessoa que o Brasil é um país racista. E que fique claro, o problema está nelas, não nas suas vítimas.
Qual a tua sugestão? Victoria? Raphaella? Ana Laura? Que comentário patético.
Seus pais são bem idiotas hein? Mesmo tendo condições, segundo você, de bancarem escola particulares a colocaram numa desgraça de escola pública. Daí sua dificuldade de passar num vestibular de medicina.
Há ótimas escolas públicas. Talvez vc não saiba. Aliás a formação da Kleriene é plural. Línguas, acesso a outras culturas, ballet. Além disso é preciso fazer valer que Educação e Saúde, além da Segurança Pública, são deveres do Estado, está na Constituição de 1988. Pq pagar 2xx?
99,99% das escolas públicas são lixo. Não há professores e os que trabalham não se importam com os alunos. Por isso o Brasil é essa desgraça em termos educacionais.
Pois, então. Se a escola pública fosse excelente, gente como você faria de tudo pra que ela não estudasse lá. Além disto, tá cheio de gente que pode pagar, estudando em Universidade pública e dizendo que gente como a autora do texto não deveria estar ali. E estão lá, porque estas Universidades são boas. Além do que, escola particular prepara aluno pra vestibular. Escola pública, quando é boa mesmo, prepara gente pra ser como a Kleriene. Aptas eticamente pra exercer uma profissão com dignidade. Daí universidades públicas, que recebem gente que veio da particular, forma mais doutor-bumbum cretino que reclama até do nome das pessoas, do que médico de verdade.
Ser negro e branco não é uma questão genética.
É uma questão social.
Geneticamente tudo o que temos são marcadores que dizem de onde nossos antepassados vieram, e não consegue ir além de algumas gerações.
Não fala nada sobre raça, porque biologicamente raça não existe.
Ser negro e ser branco é como a sociedade te trata.
Claro que um branco brasileiro vai ser um latino desprezado nos EUA, mas aqui ele é branco e é tratado como tal.
O problema de alguns movimentos é tentar absolutizar conceitos que são relativos.
O movimento negro brasileiro que se inspira em alguns autores norte americanos às vezes parece dar a entender que ser negro é uma questão de essência, quando não é.
É uma questão puramente social.
Há negros no Brasil que na África seriam tratados como mestiços e não seriam vistos como “verdadeiros negros” (a maioria, penso eu)
Mas no Brasil eles são negros e são tratados como tal.
As pessoas têm de parar de absolutizar conceitos que são socialmente relativos.
Ser branco é mais uma questão de poder social.
Poucas pessoas sabem, mas durante a colonização espanhola do Peru, muitos incas 100% indígenas diziam que eram brancos e eram tratados como brancos pela coroa. E esses 100% indígenas que se viam como brancos falavam que os outros índios eram selvagens.
Claro, eram chefes. E ser chefe no mundo Ibérico era ser branco.
Li o depoimento de Kleriene numa talagada só. Na maioria das vezes, parecia que ela estava plagiando algumas páginas do livro da minha vida e da tua. Quis pegar um trecho de suas falas para chamar a atenção à essa matéria do Intercept Brasil, porém a emoção não permitiu. Então, conclamo que leiam. Se tiverem preguiça pelo texto longo, leiam-no como se assistissem a uma série, mas não deixem de ler. Saber que não somos únicos/as a vivenciar o racismo também nos fortalece e une.
Tenham boas emoções e sentimentos de superação!
Tenho amigo pardo no Itamarati…nossa cor não define nosso QI; nem nossa educação.
Somos seres humanos
Quanto mais próximo do fenótipo africano, mais a pessoa sofre preconceito.
Quanto mais próximo do fenótipo nórdico, mais a pessoa é celebrada.
Mas não, o Brasil não é 50% branco.
O Brasil, no máximo, tem uns 15% de brancos.
O restante é miscigenado, quer os identitários aceitem esse fato ou não.
É comprovado por exames genéticos e pela própria história.
Ahh sim, exame genético para eles é ciência e ciência é ideologia.
Só o que eles falam que não é ideologia.
Afinal, verdade não existe, a não ser as que eles professam
Ser negro e branco não é uma questão genética.
É uma questão social.
Geneticamente tudo o que temos são marcadores que dizem de onde nossos antepassados vieram, e não consegue ir além de algumas gerações.
Não fala nada sobre raça, porque biologicamente raça não existe.
Ser negro e ser branco é como a sociedade te trata.
Claro que um branco brasileiro vai ser um latino desprezado nos EUA, mas aqui ele é branco e é tratado como tal.
O problema de alguns movimentos é tentar absolutizar conceitos que são relativos.
O movimento negro brasileiro que se inspira em alguns autores norte americanos às vezes parece dar a entender que ser negro é uma questão de essência, quando não é,
É uma questão puramente social.
Há negros no Brasil que na África seriam tratados como mestiços e não seriam vistos como “verdadeiros negros” (a maioria, penso eu)
Mas no Brasil eles são negros e são tratados como tal.
As pessoas têm de parar de absolutizar conceitos que são socialmente relativos.
Nem mesmo isso é absoluto. Talvez seja em algumas partes do sudeste branco…talvez em alguma outra parte do país, alguns fenômenos localizados. No sul do Brasil onde o “fenótipo nórdico” é comum isso não é garantia de sucesso ou portas abertas. Tenho primas e primos que casaram com “brasileiros” pois não queriam que os filhos fossem inteiramente europeus. Minha mãe não ensinou aos fillhos a lingua polonesa e também não queria os filhos com olhos azuis. No começo da colonização existia o medo, preconceito…só se podia casar com gente da mesma etnia…depois poderia ser uma italiana…uma alemã…depois podia ser brasileiro…eu tenho parentes com casamentos interraciais. Assim como não existem quase brancos puros…negros também…o que existe é uma raça brasileira.
Concordo.
Meus parabéns Kleriene Souza vc é um vencedor e sempre será e nunca desista dos seus sonhos .
Excelente texto! E emocionante e necessário… são tantas coisas a se discutir e se falar com ele!
Muito orgulho de ver uma médica como você se formando!
A tática é a de se travestir.
Branco vai fingir ser preto, conservador finge ser progressista, meritocrata de centro-direita vai fingir ser esquerda.
Assim as lutas populares serão esvaziadas de dentro para fora.
O Palmital não se conforma com uma única negra sendo médica. Como deixamos passar? Aonde esses pretos querem chegar?
O palmital conservador vai intensificar suas ações. Fiquemos espertos.
Parabéns por ter a coragem de expor tudo isso, e parabéns por estar vencendo a depressão e todo o racismo que a gerou, você é mulher linda e muito forte, tenho certeza que em breve será uma médica muito bem sucedida e vai dar na cara dos racistas.
Precisamos saber que não é fácil lidar com as situações mas que podemos vencer. Precisamos de mais meninos e meninas com a sua força! Gratidão pela luta!
A questão das cotas….realmente é um assunto espinhoso…mas é duro saber que “vivemos para ver brasileiros serem expostos a uma banca examinadora à fim de verificar o seu quociente de negritude”…resumidamente é isso…já existem movimentos de afrodescendentes recusados por essas bancas, para pleitear seu ingresso na faculdade…mesmo que judicialmente….essas vergonhosas bancas não seriam motivo de vergonha na Alemanha nazista. Aliás, os soldados da SS devem estar dando vivas ao Brasil. E tristemente não é só por causa do Bolsoasno e tudo o que ele libertou.
Lembro de uma reportagem antiga do Fantástico, 20 anos pelo menos, sobre o sucesso da Capoeira em Nova York. O mestre, baiano, negro com cabelos dread, falando da busca dos afro-americanos pela capoeira já que sua cultura ancestral foi suprimida ( e criativamente transformada no jazz por exemplo, que será, se é que já não é, a música clássica americana devido a importância e excelência de seus músicos etc…). Esses não entendiam como o referido mestre recebia tão bem os brancos brasileiros e também brancos americanos que procuravam sua academia. Era difícil para ele explicar que embora fosse negro, tinha um tio branco, uma sobrinha “mulata”…que isso era muito comum no Brasil. Vejo que, embora seja meritória e necessária a luta contra o racismo, essa projeta e deforma certos acontecimentos e situações, desviando em muito o sentido da luta. Sejamos mais humanos. Ensinemos a história das grandes nações africanas …e ensinemos também que escravidão era um comércio vil, protagonizado pelos próprios africanos, a vender prisioneiros de guerra e criminosos comuns (não existiam prisões na África) como escravos, primeiro para os árabes e depois para os europeus. Da forma como é contada, além de não ser verdade (parece que os africanos eram uns covardes e os europeus muito maus e espertos…) acredito que faça mal até mesmo para a autoestima dos afrodescendentes. O ser humano é capaz das melhores e das piores coisas, sem qualquer distinção de cor ou credo.
Sei que quem não é negro pode não compreender as dificuldades. Mas acho que ela poderia dar um passo à frente. Afinal ela mesmo reconheceu que é classe média. As dificuldades dela…são fichinha perto do que os negros pobres ( e brancos pobres também…) sofrem. Sou branco loiro, alemão, do sul do país. É ilusão achar que todas portas estiveram abertas para mim. Diversas pessoas já falaram na minha frente e por minhas costas que não gostam de alemão! Sequer sou de origem alemã. Quem vem das zonas colonias para as capitais sentem essa discriminação. São taxados de colonos , esquisitos pelo seu sotaque, vestes pobres, mode de andar e se portar e todo resto que acompanha o preconceito…que são racistas, que são aproveitadores, querem morrer de trabalhar…talvez porque realmente causaram um choque nas famílias tradicionais brasileiras que muito acostumadas estavam em se fazer vendo os outros trabalharem (família do Dória que o diga ). Venceram porque foram em frente. Tal como as letras de axé e blocos afro que só falavam da favela e escravidão…passaram a falar de quem fez e faz história, das grandes nações africanas e de sua contribuição para Brasil e o mundo. É um mito achar que é pessoa porque é branca está com todas portas abertas. Antigamente bastava tu ser formado em um faculdade que já tinha emprego…hoje em dia…todos sabemos, nada disso é garantia…é apenas uma minúscula parte do exigido.
Bah cara, aguenta firme essa barra de ser alemão. Eu também sou, e todo dia é uma sofrimento danado…
Muito bom o texto, eu senti a mesma coisa quando iniciei minha faculdade de administração empresarial na ESAG que fica na UDESC em Floripa, nunca fui rico ou classe média alta mas minha mãe sempre trabalhou bastante pra criar sozinha eu e minhas duas irmãs, com o tempo acabamos tendo uma situação de vida muito melhor que outros negros que eu conheço e com isso consegui fazer o vestibular e passar para o curso saindo de Criciúma e indo morar em Floripa. Só que eu senti muito que não estava no meu local, no meio dos brancos onde na apresentação inicial todos se apresentavam falando que ”queriam fazer o curso pra tocar a empresa do pai” ali eu vi que ia ser dificil, foi cerca de 3 meses pra criar um vinculo de amigos num grupo de 10 pessoas – onde todos os negros da sala estavam, 4 – e assim foi indo até 2018 onde eu acabei desistindo e trancando por não conseguir lidar com isso e voltando pra minha cidade. Agora 2019 depois de por a cabeça no lugar eu voltei, mas com o foco de mostrar que sim no meio deles vai ter um preto se formando eles querendo ou não.
foi por essa razão que as corporações medicas brasileiras expulsaram os cubanos: entre eles tem muitos negros; vai o que “mal exemplo” pega por aqui e as pessoas comecem a pensar que negros também podem ser médicos?? onde vamos parar??? um absurdo…
Foi por várias razões…..essa pode ser uma..mas não a única.
Kleriene, muito obrigado por seu depoimento. Realmente, são a violência simbólica e assédio moral que vão minando nossa autoestima, nos fazendo duvidar de nós mesmos. A cada depoimento destes, reforço a impressão de que tais ações são deliberadas. Não é só o indivíduo assediador que o faz propositalmente. Sejamos francos, às vezes não faz. É o ambiente que propicia um espaço de conforto para tais atitudes. Isto vai desde a postura dos docentes até a dinâmica institucional. Esta sim, deve ser inapelavelmente denunciada. Eu estudei na USP. Ao contrário de você, sofri depressão e não pude me tratar adequadamente. Foram anos de sofrimento e “repiques” de pânico com os quais eu tento lidar de forma consciente, conhecendo meu corpo e minha condição. E olha que eu tentei fazer História, uma disciplina no campo de humanidades. Não que tal atitude discriminatória e desumana na medicina não expresse uma enorme contradição entre a conduta que se espera de um profissional e o tipo de ser humano que em geral tem acesso e exerce a profissão. No meu caso, logo de início, o mantra inicial era: “pense bem, porque História é fácil de entrar, mas é difícil de sair”. De fato, 90% de evasão deixava claro que a instituição se esforçava em afastar a imensa maioria de alunos de classe baixa e média-baixa que escolhiam pela disciplina. Era um choque saber que a maioria dos historiadores de lá estavam mais preocupados com temas do tipo “História do Perfume” e não “Escravidão” (aliás, no meu tempo, nem havia cátedra de História da África na maior Universidade do país).
Enfim, lhe parabenizo por todas as vitórias oriundas de sua força de vontade, bem como congratulo a tua família por tê-la oferecido a formação ética e moral capazes de produzir a mulher de fibra que você se tornou.
Tomara que representantes de “minorias” possam um dia, não ter de por à prova sua condição humana para ter direito a uma profissão com dignidade e igualdade perante todo o restante da sociedade.
Ah, sim! Parabéns ao TIB por dar espaço a relatos como o da Kleriene. Isto faz com que nós, a imensa maioria do país, possamos desenvolver uma consciência sobre todas as dificuldades em nossas vidas e assim poder recusar o discurso hegemônico da “meritocracia”. Um discurso cujo alicerce ideológico neste país passa pela sutileza da cordialidade, do jogo psicológico e do endosso institucional conivente e leniente.
“Quando digo que meu pai é engenheiro, que minha mãe é professora, as pessoas me olham sem acreditar muito. Sempre perguntam se meu pai é branco. Se falo que ele já morou em México, Dubai, Rio, a trabalho, ninguém acredita.”
Tadinha da moça de classe média alta.
Mas não esqueçamos que de acordo com o tal identitarismo, ela é mais oprimida que um Nordestino de pele mais clara que trabalha como limpador de banheiro em São Paulo por 400 reais.
É tão oprimida quanto a Djamila.
Tá lá em Londres agora a oprimida.
Tava em Madrid antes para falar da opressão que ela sofre sendo coach de feminismo para atriz global.
Claro que não vai nem passar em Luanda ou Porto Novo na volta
Aqui é classe social.
No dia da revolução a parada vai ser democrática.
Todo mundo de classe média alta e a elite vão para a forca.
Não importa cor, orientação sexual e gênero.
Ou desistem da propriedade privada, ou é forca.
Democraticamente
Seria melhor a Djamila e a Kleriene limpando cocô dos brancos, né?
Sabe nada, inocente…
Então você não percebe que pra gozar das benesses da boa condição econômica tem que parecer “apto” a ocupar seu espaço? Isto é o que gente feito você chama de mérito. Não adianta “chegar lá” se os que já “estão lá” não te acham digamos, meritoso o suficiente.
Daí, qualquer bosta n’água branco, musculosinho e bem vestido, entrar em condomínio de luxo e rapelar a casa dos meritocratas.
Ou como aquela juíza, que liberou uma mulher, membro do PCC, simplesmente porque ela não aparentava ser de má índole.
Ou a legião de “doutores-bumbum” que arrancam dinheiro das patricinhas e mauricinhos consumistas na cara dura, ou melhor, na cara inchada, na cara deformada, desfigurada… na cara de Shrek como aquele amiguinho da tua classe meritosa. Bonitão ele. Agora só casa se for com a Fiona.
Ou você acha que pra ela se sentir oprimida, tem que estar no lugar que a sociedade espera que ela esteja, como no caso dos nordestinos que limpam banheiro? Se eles melhorarem de vida, pode crer, serão tão discriminados quanto ela, mesmo com grana no bolso. Você duvida? Ou se contenta com a “peninha que sente” de todos os pobrinhos? Desde que continuem pobrinhos, claro.
Sempre quando um brasileiro fala num Chan da vida que existe movimento negro no Brasil, os americanos e europeus começam a dar risada.
Eles também costumam dar risada quando um brasileiro fala que o Brasil é 50% branco.
Mas os channeros brasileiros não desistem de tentar provar que aqui no Brasil tem branco para caramba e que eles também são, apesar dos americanos e europeus dando risada das suas tentativas.
“Os seguranças não acreditam que uma mulher preta pode ser estudante de medicina como os outros jovens brancos que eles veem entrando normalmente no hospital. ”
Cê quer dizer pardos de pele clara.
Sei. Tem que provar que é preta pra ter direito a se sentir vítima de racismo. Lógico! Aqui no Brasil todo racista anda com uma tabela de colorimetria no sovaco. Se o alvo for classificado como “parda de pele clara” jamais poderá se sentir vítima de racismo, né?
Afinal, quem em sã consciência discriminaria uma “parda de pele clara”? A não ser que o racista seja daltônico.
Taí, Kleriene! Não é racismo. É daltonismo. Prendam os daltônicos!
Abobado!
” Lógico! Aqui no Brasil todo racista anda com uma tabela de colorimetria no sovaco. Se o alvo for classificado como “parda de pele clara” jamais poderá se sentir vítima de racismo, né?”
Ninguém disse que não exista preconceito contra fenótipo africano, idiota com o ego nas nuvens e jargões prontos. Já ouviu falar da teoria do protótipo? Quanto mais perto de um fenótico africano, mais a pessoa sofre preconceito?
Mas da a dizer que uma pessoa com uma porrada de ancestralidade africana e indígena é branca é uma piada. O cara tem nariz de africano e olho e formato do rosto de indígena e é “branca” no Brasil. É para dar risada.
Europeus se reconhecem, menino do jargão pronto.
Acho que menos de 15% dos brasileiros poderiam passar por um aeroporto europeu sem fazer o segurança levantar a sobrancelha.
Eu já morei nos EUA. Aqui no Brasil eu sou “branco”. Lá, a galera via minha mestiçagem de longe, muito longe. Eles sempre me perguntavam “você é o quê? Qual sua raça?” porque lá todo mundo tem de ter raça e, adivinha só, brasileiro não é branco não, principalmente onde eu vivia, no Meio-Oeste, que só tem descendente de alemães e suecos.
Eu senti na pele o que é um brasileiro “branco” num país cheio de europeus do Norte.
A galera aqui tem é de parar de ser iludida, isso sim.
” Lógico! Aqui no Brasil todo racista anda com uma tabela de colorimetria no sovaco. Se o alvo for classificado como “parda de pele clara” jamais poderá se sentir vítima de racismo, né?”
Ninguém disse que não exista preconceito contra fenótipo africano, rapaz com o ego nas nuvens e jargões prontos. Já ouviu falar da teoria do protótipo? Quanto mais perto de um fenótico africano, mais a pessoa sofre preconceito?
Mas dai a dizer que uma pessoa com uma porrada de ancestralidade africana e indígena é branca é uma piada. O cara tem nariz de africano e olho e formato do rosto de indígena e é “branca” no Brasil. É para dar risada.
Europeus se reconhecem, menino do jargão pronto.
Acho que menos de 15% dos brasileiros poderiam passar por um aeroporto europeu sem fazer o segurança levantar a sobrancelha.
Eu já morei nos EUA. Aqui no Brasil eu sou “branco”. Lá, a galera via minha mestiçagem de longe, muito longe. Eles sempre me perguntavam “você é o quê? Qual sua raça?” porque lá todo mundo tem de ter raça e, adivinha só, brasileiro não é branco não, principalmente onde eu vivia, no Meio-Oeste, que só tem descendente de alemães e suecos.
Eu senti na pele o que é um brasileiro “branco” num país cheio de europeus do Norte.
A galera aqui tem é de parar de ser iludida, isso sim.
????? Agora que eu não entendi qual é a tua!!!
Por que fez a distinção de matiz no teu comentário? Pra dizer que ela não é negra???? E que por isto não tem motivo pra sentir discriminada?
Ou foi só excesso de veneno na presa? Precisava aliviar um pouco?
Péra, pera! Tá certo bola fora minha. Desculpa. Pensei que o teu comentário estivesse se referindo ao fenótipo da autora do texto. Você está falando dos que barraram ela. Poxa, bola fora. Desculpa.
Mas, não querendo ser pintadinho, já que dei o braço a torcer e admiti minha total falta de atenção, ainda vou lhe perguntar: você acha que os sujeitos que a barravam ela não fazem esta distinção colorimétrica? Porque, eu tenho um irmão branco que estudou na Bélgica. Jamais diriam que ele é branco, mas ele falou que, fora a questão da curiosidade, o europeu ao menos age de forma muito menos racista que o brasileiro. Um “pardo de pele clara” em geral não é destratado na rua por isto. E na maioria dos lugares, um negro sofre menos preconceito que aqui no Brasil.
Mais uma vez, vai desculpando. É que o texto trata da condição da autora e não dos que a discriminam. Vocês uma boa observação. Só não ficou tão claro assim.
Assista a essa porra aqui
https://www.youtube.com/watch?v=haw3ROMgP7g
“Minha irmã é negra, mas eu sou branca”
kkkkkkkkkkkkkkk
Alguns comentários:
“capoeiristachik1
Being Brazilian in the US has made me realize how difficult it is to describe race in Brazil. ”
“gregory Downing
?? Nobody looks white……..they look Puerto Rican at best ??…… Do Brazilian’s understand that actual white people don’t consider them as white??”
“SoulF15
The woman that thinks she’s white it’s not really white, but only a mixed person with more light skin tone compared to others, I think there are no really pure europeans in the vast majority of Brazil, maybe only 10% are of real european descent, the others are all mixed of various degrees, the majority are native americans mixed with europeans that produces what that woman thinks is “white”, and others with africans too, definitely not real white european. I think there is a lot of ignorance about races in Brazil.?”
Pior são os brasileiros iludidos nos comentários falando que o Brasil é 50% branco kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk