Ascensão da extrema direita e crise econômica levam à debandada de pesquisadores e ativistas desde a ditadura. Fuga de cérebros é fracasso de um país.
Cátia e Joana são casadas e terminaram doutorado na área das ciências da saúde por volta de 2016. Elas investiram em publicações em revistas científicas internacionais e partiram para os Estados Unidos em janeiro para atuar como pesquisadoras visitantes na Califórnia. Elas não pretendem retornar ao Brasil porque não veem perspectivas de concurso em suas áreas. Mas o fator decisivo da saída do país foi o medo. Uma noite, saindo de mãos dadas de uma festa no Rio de Janeiro, homens dentro de um carro lhes jogaram ovos e gritaram: “seus dias tão contados, sapatonas!”
Cátia e Joana são algumas das muitas colegas que conheci em um recente giro acadêmico no exterior. Em tom de desespero, desesperança e até pânico, diferentes pessoas me contaram que não queriam voltar sob hipótese alguma. Homossexuais sentiam medo de morrer, pesquisadores consideravam não haver mais condições de se fazer ciência no Brasil.
Triste país em que um slogan da ditadura militar volta a fazer sentido: ‘Brasil, ame ou deixe-o’.
Multidões têm optado por deixá-lo. Dando pulos sobre a terra plana e apontando arminha para o próprio pé, há quem comemore. ‘Não estão contentes? Vão embora!’, gritam os bolsonaristas nas redes sociais, ignorando o fato de que emigração em massa é um dos mais alarmantes sinais do fracasso do desenvolvimento de uma nação. O efeito de um país que expulsa sua própria gente é uma bomba-relógio pronta para explodir no colo de Bolsonaro. Mas, infelizmente, é característica do bolsonarismo preferir morrer enforcado com a própria corda do que refletir sobre as consequências de seu governo.
O Brasil hoje exporta gente. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, há 3 milhões de imigrantes brasileiros no exterior. Dados da Receita Federal concedidos ao Intercept indicam que a crise econômica tem causado uma debandada do país. Em 2011, em plena fase de crescimento econômico, o número de pessoas que declararam saída definitiva era de 8.170. Em 2014, ano em que começa a crise econômica, 12.451 deixam o país. Já em 2017 e 2018, esse número chega à casa dos 22 mil. Ou seja, em sete anos, o número de emigrantes brasileiros quase triplicou.
Para a pesquisadora Patricia Villen, a emigração deverá se acentuar nos próximos anos em função da crise econômica, mas também da ascensão da extrema direita. Trata-se de um desenraizamento forçado de caráter econômico, mas sobretudo psicológico, que causa um profundo sofrimento. Atualmente, pessoas de todas as classes sociais estão deixando o Brasil em busca de oportunidades lá fora, na mesma medida em que começa a crescer o caso de cidadãos que, como nos tempos da ditadura militar, buscam abrigo no exterior por temerem as consequências de perseguição política e por orientação sexual.
Entre 1964 a 1985, 5 mil brasileiros se exilaram no exterior. Como aponta a pesquisadora Sara Duarte Feijó, o imaginário brasileiro sobre o exílio é construído sobre a ideia de “volta por cima”, fixada na representação do desembarque de exilados no Galeão ao som da canção ‘O bêbado e o equilibrista’. No entanto, pouco sabemos do sofrimento dos expatriados: do seu cotidiano de dificuldades, do sentimento de ser arrancado de suas vidas, das saudades da família. É esse cenário que milhares de brasileiros estão enfrentando ou irão enfrentar no exterior.
Um estudo realizado pela empresa JBJ Partners mostrou que em quatro anos, de 2014 a 2018, o total de pessoas com curso superior ou pós-graduação que migraram do Brasil para os Estados Unidos pulou de 83% a 93%. Esse fenômeno, chamado fuga de cérebros (brain drain, em inglês), significa a emigração significativa de pessoas que levam sua qualificação especializada para outro país mais desenvolvido.
Diversos especialistas em ciência e tecnologia têm alertado publicamente que esse quadro de perda de talentos tende a se tornar mais crítico em virtude tanto do corte de 30% das universidades federais – o qual foi anunciado em tom de deboche pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub – quanto do de 42% no MCTIC. São cerca de 80 mil bolsistas do CNPqque correm o risco de não serem pagos a partir de agora.
Ainda que não tenhamos números consolidados de 2019, meu circuito no exterior me deu pistas de que podemos estar diante de um fenômeno sem precedentes. Em cada uma das 30 universidades que passei, conheci de três a cinco doutorandos ou pós-doutorandos que não queriam retornar. Isso significa uma amostra de 90 a 150 pessoas.
O que mais me chamou atenção neste meu giro recente foi não ter encontrado uma pessoa sequer dizendo que queria voltar ao Brasil.
Tenho mantido contato sistemático com acadêmicos brasileiros que atuam fora. Sempre teve pessoas que queriam ficar no exterior por causa das melhores condições de trabalho e infraestrutura, mas esse grupo era contrabalanceado com os outros tantos patriotas que sonhavam retornar ao Brasil para retribuir o que aprenderam lá fora. O que mais me chamou atenção nesse meu giro recente foi não ter encontrado uma pessoa sequer dizendo que queria voltar para o Brasil nas atuais circunstâncias. Os pesquisadores ainda cultivam esse sonho, mas consideram o clima inóspito para cientistas. Eles estão certos.
O Ciência sem Fronteiras do governo Dilma Rousseff é um caso importante a ser discutido. O programa tinha objetivos ambiciosos de alavancar o desenvolvimento científico e tecnológico, e contribuiu significantemente para o crescimento intelectual de 100 mil jovens –muitos deles tiveram sua primeira experiência fora do país. Mas muitos estudantes reclamam de terem sido incentivados a buscar formação fora e de o país não ter condições de recebê-los de volta.
Entre 2016 e 2017, dialoguei bastante com estudantes do CsFem função de minha militância no tema do sofrimento acadêmico. Àquela altura, a situação desses pesquisadores altamente qualificados já era crítica. Hoje é calamitosa e desesperadora, com casos de depressão e tentativas de suicídio.
Para quem não tem estabilidade no Brasil, só resta a rota de fuga forçada.
Há poucos anos, questionava-se se voltar ao país era única forma de retornar para o Brasil o conhecimento adquirido lá fora. Muitos estudantes pediam mais flexibilidade nas políticas de retorno, e a postura do governo era de reforçar a importância da volta como pagamento ao que fora investido neles. Hoje, o quadro é radicalmente diferente. Uma recém-doutora em Sociologia comentou comigo, com sarcasmo e tristeza, que o governo agradece se ela não voltar: “meu conhecimento não tem valor algum no país que me financiou.”
Pesquisadores veem que seus dados não importam. Intelectuais são perseguidos como doutrinadores. Seguindo a lógica fascista, estamos diante de uma inédita estigmatização do conhecimento acadêmico no Brasil que transforma o cientista no inimigo interno a ser destruído. Para quem não tem estabilidade no Brasil – e mesmo para quem tem –, só resta a rota de fuga forçada.
De Chico Mendes a Marielle Franco, ativistas ambientais e políticos sempre foram alvo de perseguição. Mas hoje o medo é generalizado. Acadêmicos, intelectuais e ativistas sentem que estão sob ameaça de vida e terror psicológico. Não custa lembrar as declarações de Bolsonaro quando disse, por exemplo, “vamos fuzilar a petralhada”.
Estamos voltando ao quadro agudo de exílio. Nós teremos um número cada vez maior de pessoas que buscam proteção no exterior. Os casos mais conhecidos são do ex-deputado Jean Wyllys, da antropóloga e professora de Direito Debora Diniz e a da filósofa Márcia Tiburi, que residem no exterior por terem suas vidas ameaçadas por grupos de extrema direita. Bolsonaro, novamente, deu um péssimo exemplo à população, reagindo ao anúncio da partida de Jean com um tuíte “grande dia”.
Grande dia! ?
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 24, 2019
Além disso, há um contingente imenso de pessoas que sai do país por conta de sua orientação sexual e se autoexilam no exterior. Se o Brasil já era o país que mais assassina pessoas transgênero no mundo, não é mera dedução lógica que esse quadro tende a piorar no governo Bolsonaro. Pesquisa recente, conduzida pelo site Gênero e Número e Fundação Ford, mostrou que mais da metade da comunidade LGBT disse ter sofrido violência física e verbal no período das eleições, confirmando que o discurso de intolerância das eleições teve impactos concretos.
Assim chegamos a uma pergunta importante: como a desigualdade e os privilégios impactam no processo de emigração? Quem são, de fato, as pessoas que conseguem se salvar no exterior? As respostas a gente já sabe.
O problema da emigração em massa não é só da elite, mas de todo o país.
É inegável que quem mais sofrerá com a violência política do Brasil, bem como com a falta de oportunidades, serão os mesmos grupos vulneráveis de sempre. É a menina negra e lésbica na parada de ônibus, é o precariado que terá suas condições de trabalho ainda mais deploráveis com o alto índice de desemprego, o estudante cotista de baixa renda que mais sentirá o impacto do desmonte das universidades.
Essas pessoas não terão capitais econômicos e sociais para migrar. E quando migram estão muito mais expostos tanto à violência xenófoba contra latinos quanto ao sofrimento do desterro. O problema da emigração em massa não é de elite, mas de todo o país. Quando se produz inovação e tecnologia, ganha a nação. Um país que exporta seus melhores cérebros é um país que fracassou.
Tanto uma parte significativa da fuga de cérebros quanto a perseguição política configuram um retorno a um cenário de saída de brasileiros motivado pela migração econômica e autoexílio em face de um medo iminente. Como nos tempos da ditadura militar, não são apenas os exilados que sofrerão o trauma do desterro, mas as próximas gerações também. Enquanto isso, Bolsonaro declara, em seu Twitter, que é um absurdo que o governo tenha gasto R$ 9,9 bilhões em reparação aos perseguidos da ditadura.
Uma antropóloga e ativista brasileira fez uma entrevista de emprego em 2012 para uma universidade no exterior. Na banca, perguntaram-lhe por que ela queria sair do Brasil em plena fase de crescimento econômico. Essa mesma pesquisadora fez outra entrevista lá fora em 2019, e a pergunta foi bem diferente: “Além do cenário político do seu país, existe alguma outra motivação para deixar o Brasil?”
Somos um vexame internacional e estamos chutando nossa própria gente.
Fui embora e não me arrependo, nem pretendo voltar. Meu diploma vale muito mais aqui e a qualidade de vida é incomparável.
Aqui fica a minha mensagem a respeito do “sofrimento” das pessoas que se “exilam” no exterior: que se f****. Quem tá ferrado sou eu que moro em favela sem a menor perspectiva de vida. Tá tristinho? Chola mais, vagabundo.
O problema dos outros são sempre frescura.
O Brasil está na rota de se dissolver como nação, conflitos internos e separatismo tendem a crescer junto com o crescimento da crise que já está prevista para se agravar independente de quais reformas o atual governo faça, visto que esse governo atende mais gravemente os interesses que sempre sabotaram o país.
Ainda preciso refletir muito. Mas, de imediato, sinto que a focalização “fuga de cérebros”, ter que “sair do País”… é parcial. Há mais complexidade na questão.
Não é propriamente meia verdade, correndo o risco de ser grande mentira. É um exercício de reflexão e uma vontade de ação. Mas, no mínimo, produção dos mais envolvidos: os que circulam. A grande maioria, desde 68, por diversos motivos, permanece territorialmente, e limitada na produção de análises, que não sejam as midiáticas de massa, ou as das tribos, o que dificulta o debate e a compreensão mais ampla.
Quanto ao imaginário, parece agora composto de múltiplos cacos, todos cortantes. Mas suponho que não se tratem de cérebros inferiores ou descerebrados, em sua totalidade. Prefiro pensar em submissão a contingências perversas. E, por mais que não goste, em escolhas.
Por mais respeito que se tenha aos saberes acadêmicos em geral, e aos humanos em particular, à ciência, às artes etc, seria um maniqueísmo psicologistas precário: cérebros e não-cérebros. Ingênuo, às vezes.
Talvez um dado de realidade, se tomado o ângulo da maior ou menor proximidade em relação à inteligência artificial, de mais ou menos informação, simplesmente. Mas não será o caso.
Quanto a “sair do País, em que escala está a expressão, quando se migra com a aposentadoria, se tem acordos internacionais protetivos, se exibe o orgulho da grandeza do cérebro (de direita, centro ou esquerda) ou da maior prontidão e vontade da força-de-trabalho individual.
Quando, na verdade, se deixa o ódio e a falta de autoestima enfatizada para explodir nas relações dos que permanecem. Não por escolha, mas por realidade fática.
Direito à legítima defesa. Mas o dito mal-estar é generalizado, o que cada segmento social ou cada um faz com isso é outra coisa; está no campo da escolha, dependendo também da margem de cada um.
Algumas opções não estão disponíveis para a maioria. Há limites físicos territoriais e, fundamentalmente, a maioria não dá lucro, justo, a quem os recebe, se os mais valorizados e requisitados são “cérebros” e “braços”, digamos, superiores: supostos mais produtivos em suas esferas de vivência e nas relações humanas em geral.
Não se trata de minimizar os sofrimentos descritos nas reportagens: mas a saída e entrada de alguns, ou de muitos, não extingue tais sofrimentos no Mundo: preconceito, autoritarismo, pauperização, matanças interpessoais e institucionais etc. Para os que ficam nos locais em franca depreciação e para os que sobram aonde vão. Seja maior ou menor a realidade fática ou visibilidade.
“A globalização é um paradoxo: é muito benéfica para muito poucos, mas deixa de fora ou marginalizada dois terços da população mundial” (citação em Bauman – Globalização). Mas é sedutora e fática.
Todos, seja qual for a lateralidade, queremos estar no um terço: é onde se pode ter alguma voz, mesmo quando sob ameaça, e produzir algum significado para a vida.
Rosana Pinheiro Machado, quero te agradecer sinceramente por seu artigo tão primoroso e rico em informações.
Parabéns! Um grande abraço.
NÃO CERTO: “é característica do bolsonarismo preferir morrer enforcado com a própria corda do que refletir sobre as consequências de seu governo” –> CERTO: “é característica do bolsonarismo preferir morrer enforcado com a própria corda a refletir sobre as consequências de seu governo” – Se prefere uma coisa A outra, não DO QUE outra. No restante, ótima análise. Beijos!
Cavalo dado não se olha os dentes
Fonte:QUADROS, Jânio, Gramática da Língua Portuguesa, Ed Pintassilgo Vestuto, 1959
New generation of political exiles leave Bolsonaro’s Brazil ‘to stay alive’. “Politicians, academics and writers have fled a climate of death threats and hostility reminiscent of the military dictatorship”, Dom Phillips, The Guardian, 11 de julho de 2019
https://www.theguardian.com/world/2019/jul/11/brazil-political-exiles-bolsonaro
se houver interesse em CORRIGIR o vocábulo IMIGRANTE no texto da matéria “fuga de cérebros” pq o brasileiro q sai torna-se um EMIGRANTE ,,,, como em “””… me de emigrantes internacionais estaria subdimensionado.
Quantos brasileiros vivem fora do país? | Notícias e análises sobre os …
https://www.dw.com/pt-br/quantos-brasileiros-vivem-fora-do-país/a-44338466
22 de jun de 2018 – EUA continuam sendo destino preferido dos brasileiros, mas … Uma mudança no padrão dos emigrantes brasileiros foi observada nos últimos …
Lula luta pelo povo consegue chegar a presidência o Real começa a te valor pobre começa comprar carro moto com seus trabalhos muitas carteiras assinada muitos trabalhadores produzindo vendendo pra outros países Brasil país rico gás de cozinha quem lembra ai era se não me engano uns 13 reais o botijão gasolina com 50 conto vc encheia o tanque comia carne so da boa todo dia geladeira lotada país crescendo acaba o mandato do nosso presidente lula ele coloca a Dilma com seu apoio pais rico pais que produz e é vdd país de vdd muito rico mais veio a baixaria o golpe para mancha a nação que muito produz que muito vende que todos satisfeito todos conseguia manter suas famílias com bom e do melhor mais o golpe tava armado desarticula o PT o cunha o qual tinha medo ir preso era ameaçado artículo o golpe para la na frente se beneficiado na lava jato mais Deltan é mau ele so quer manipular pra ser reconhecido e subir na hierarquia da noite para o dia foi dado o golpe temer assumiu o qual tinha que assumir seu papel ora era vice presidente ai que começou chantagens para la um lado e para o outro para queima a candidatura da eleição do PT de 2018 golpe foi dado prenderam o nosso presidente Lula queimando sua reputação botando o homem que melhorou o brasil dentro de uma prisão com o golpe dado no brasil real so perde valor daqui uns dias pra compra uma carne vc vai te que ir com uma bolsa de dinheiro no mercado pra compra meio kilo de carne enquanto CHINA & USA produzindo ganhando mercado valorizando o dinheiro deles so vcs ve na epoca do PT quanto o dola tinha seu pequeno valor tava na faixa de 1 e pouco porque nosso dinheiro tinha valor agora tamos por baixo não se levantamos com o golpe so perdemos agora para ai quem leu e reflet se operário num lutou pelo brasil botou em alta so não encherga quem não quer nos hoje em dia comendo ovo frito com arroz as vezes falta o feijão o gás 80 reais gasolina super cara real desvalorizado pra levanta o Brasil todos ganhar so pra quem sabe não é pra qualquer um tem que da os direitos do cidadão Brasil Democracia todos pela pátria fica aqui minha expressão pois sou livre pra me expressar um abraço a todos o Brasileiros
isso mesmo…abaixo o ponto e virgula..esses lacaios do capitalismo
Gostei da matéria sim. Mas, francamente, um casal de lésbicas achar que os EUA de Trump é um lugar seguro, eu tenho lá muitas dúvidas.
Olha, Trump é uma m… e sem dúvidas casais gays lá não estão muito melhor que aqui MAS, sinceramente em três anos de Trump não vimos um único funcionário da NASA, MIT ou qualquer instituto respeitável de ciência e tecnologia ser demitido por discordar do presidente.
Aqui além do diretor do INPE já tivemos vários desmontes de órgãos ambientais como IBAMA…
E claro, com as principais revistas científicas sendo em idioma inglês, parece no mínimo mais inteligente estar nos EUA que em outro lugar.
Gente, o Trump não demite, mas corta os fundos ou não aponta especialistas e também corpo diplomático, além de estar emparelhando o estado com personalidades de TV que falam a seu favor e levando a família para o G20.
Muito bom o texto! Gratidão!
Eu estou saindo do país exatamente por causa do exposto aqui. Os contribuintes do estado de São Paulo, através da FAPESP, investiram aproximadamente 200 mil reais em mim para etapas de pesquisa nos EUA e Portugal durante meu mestrado e doutorado. Defendi em outubro de 2018 em meio ao caos eleitoral. Não tenho divida nenhuma com a Fapesp, pois cumpri todas as exigencias requeridas. Me sinto ainda em dívida com o contribuinte. Só Deus sabe o quanto eu gostaria de retribuir aqui no Brasil. Mas quando chegou a hora do pagamento o país simplesmente não me quer aqui. Não há vagas, financiamento, oportunidades. Há críticas infundadas, ofensas, descrédito e perseguição. Sinto muito Brasil, mas pensarei em mim. Quem sabe um dia acertaremos nossas contas.
”Não há vagas (no serviço público)”
Pessoas altamente qualificadas com o discurso de autofrustração e acusatório contra o não reconhecimento de potencialidades…mas se são tão qualificados, como não analisaram todas as variáveis, ou ainda imaginam que diplomam é pressuposto de retorno pecuniário e prestígio social?
Surreal…
Asdrubal, como ele, eu também sou qualificado, mas simplesmente não há emprego ou possibilidade que eu continue com minhas pesquisas no Brasil. Nem no setor privado. Não vivo de vento. Seguimos…
Sou pedagoga,mestre em Educação e deixei dois concursos públicos em Goiás para fazer Doutorado em Portugal . Nenhuma das secretarias quis pagar a licença para aprimoramento.Ótimo, pois não quero voltar!
Ótimo texto e representa o momento que vivemos.
Sucesso!
”Doutorado em Portugal”
”inglês: fala pouco, lê pouco, compreende razoavelmente, lê razoavelmente”.
Eu também não voltaria a morar no Brazil. Esse país levará um período considerável para se recuperar do estrago que estes petitas Lula e Dilma fizeram ao Brazil. #bolsonaro2022
Os americanos disputavam imóveis no Rio. O Brasil era um oásis de oportunidades em meio à crise financeira internacional. Isto é apenas um aspecto da realidade que você tenta negar com sua mentira. Aliás, a mentira não é sua. Você não tem criatividade, apenas reproduz falsidades, como todo es.tú.pi.do bol.so.mí.nion.
DEMOCRACIA!
Foi isso que aconteceu nas eleições de 2018. Na minha humilde opinião, devemos parar um pouco de criticar o governo e começar a torcer que ele dê certo. O governo passado vai gritar os quatro anos mas nós o povo, só temos que torcer que dê certo e lutar pelos nossos direitos. Bolsonaro não é nem um bicho de sete cabeças, ele tem um governo extremamente competente, seus ministros são proficionais nas suas áreas muito diferente dos outros que indicavam apenas aliados políticos. Por isso que a oposição vai gritar os quatro anos. A mamata acabou.
Pena que a mamata não acabou para todos…
Esse pessoal realmente vive numa bolha, não é possível. Meu irmão, a equipe ministerial transparece improviso e mostra não ter noção do que tá fazendo, governo aparelhando órgãos e instituições com o viés ideológico dele, desvalorizando gente com currículo, mamata pra todo lado, e você me vem com essa? Torcer pra dar certo? Torcer não resolve nada, filho. O povo tem que fazer a parte dele, e a parte dele É ser oposição e não ser um bando de puxa-sacos
Sério? Gente, acho que nem vale a pena a retórica de um comentário como esse, principalmente aqui …
É? E você torceu pro governo da Dilma dar certo também ou foi bater panela com camisetinha da CBF?
Curioso como hipócrita muda de discurso…
“Nós, o povo”? Menos, caro bolsonarista, menos. Apesar dos números da eleição a base bolsonarista está muito longe de representar o povo em termos percentuais e também em termos de classe social.
O texto está muito bom, mas infelizmente termina com “somos um vexame internacional” o que é uma falácia de baixíssima categoria usada por bolsonaristas, petistas, centristas e qualquer brasileiro com falta de um argumento sincero e embasado. O BR continua sendo a oitava economia mundial e o turismo vive um bom momento, o que por si são argumentos contrários à mentira de ser vergonha diante de outros países que também tem seus problemas e não param suas engrenagens para rir do Brasil. O Bolsonaro passará, virá outro que também passará, mas essa síndrome de ser chacota para estrangeiros estará sempre no folclore duma falta de argumento. Pena que o texto acabou desse jeito.
Primeiramente, somos a nona maior economia e não a oitava, já chegamos a ocupar o posto de quinta e sexta maior economia, mas do jeito que a carroça anda, nem top 10 economia estaremos no futuro. Concordo parcialmente com você sobre a relação de ser chacota em outros países, mas o momento indica que se não somos ditos como piada, as pessoas simplesmente não entendem o Brasil e por que ele elegeu este ser ridículo. Assim como também se você ler as notícias sobre meio ambiente, elas estão começando a sentir que será necessário ficar de olho no país, pois com estas políticas ambientais, nós seremos um dos maiores culpados por jogar a humanidade no abismo. E desta visão negativa, diferente da chacota, temo que não seja possível escapar.
Tenho impressão que não está acompanhando a imprensa internacional sobre o Brasil.
Há muito tempo não leio um texto tão bem escrito, tão denso, tão capaz de desenhar uma situação em tão poucas linhas. Primeiro, meus parabéns à jornalista Rosana Pinheiro Machado! Segundo, o texto revela uma realidade cada dia mais presente na vida de muitas pessoas, de diferentes setores da sociedade. Eu mesmo sou um exemplo. Estou, pela segunda vez, deixando o Brasil. Em meados dos anos 90, fui para os EUA e, posteriormente para a Europa com o objetivo de estudar música. Depois de quase 8 anos fora, regressei e consegui viver por alguns anos de forma digna. Hoje faço as malas, não há mais espaço para a cultura, para os que estudam anos a fio e adquirem conhecimento, para os professores, cientistas, músicos, filósofos, historiadores. Como num filme de ficção científica, somos os ainda “não infectados” a correr dos zumbis.
Deixe estar o povo das politicas identitárias irá se unir e sob o comando do PT e os bravos partidos de esquerda irão dar fim ao governo Bolsonaro.
Caros,
Parabenizo vocês cada dia mais pelo jornalismo íntegro e corajoso. Estamos com vocês para nos livrarmos do fascismo, autoritarismo e dessa praga chamada Bolsonaro.
Vocês desmacararam os falsos herois. Um cairá logo. O Dallagninho. Falta a bomba definitiva para acabar com o sociopata Sérgio Moro.
Uma pena que bons cérebros saiam do Brasil. Bolsonaro vai passar, não será eterno. E nada garante que em outros países não apareçam “Bolsonaros”. Quem sabe daqui a alguns anos na Alemanha ou em Portugal reapareçam os Adolfs ou Nos EUA já tem o Trump, a KKK, os supremacistas brancos, o lobby das armas etc
Que matéria mais sem valor e cheia de conteúdo viciado.
Atualmente todos sabem que Jean Willis não é nenhum refugiado político e quem optou por trabalhar e morar fora do país o fez pq não se sentia seguro (em termos de segurança pública) e por falta de oportunidade dentro do país, quem canta diferente disso, está militando para a esquerda de forma descarada e não trás verdade alguma em seu conteúdo.
Que artigo triste. Tempos sombrios.
Tenho uma pequena questão quanto a um trecho do texto:
“Um estudo realizado pela empresa JBJ Partners mostrou que em quatro anos, de 2014 a 2018, o total de pessoas com curso superior ou pós-graduação que migraram do Brasil para os Estados Unidos pulou de 83% a 93%.”
Me parece que não faz sentido matemático. O total de pessoas pulou de 83% a 93%? Mas 83 e 93% de que? de todos os brasileiros com curso superior?
Quando ela escreve “total de pessoas” parece que vai dar um número absoluto, e não uma porcentagem.
A menos que realmente se trate de 93% de todas as pessoas com curso superior ou pós, mas não parece ser o caso.
Isto dito… periga a qualquer momento eu engrossar esse número, seja ele qual for
Fiquei confuso nesse cálculo também. No restante do texto, concordo plenamente. Estamos num período tenebroso para a ciência brasileira, há alguns anos que as condições estão degradando, mas parece que agora estamos no fundo do poço. Juntos e Shallow now!
Eu mesmo, como cientista da área de Ciências Ambientais, tenho vontade de me mudar para o exterior, diversos colegas já estão em países que valorizam a ciência. Ao mesmo tempo, penso que a emigração de acadêmicos cada vez mais vai enfraquecer a nossa ciência. Então, fico nessa batalha interna entre o egoísmo de procurar lugares melhores para viver e trabalhar, o que é muito justo! Em contradição, a decisão altruísta de ficar e contribuir com o desenvolvimento do nosso país, o qual investiu na formação da nossa carreira, pelo menos no meu caso.
Em breve eu to indo tb! Isso daki vai virar um pandemonio.
Minha irmã deixou o país em 2015, nem sonha em voltar. Se eu soubesse tinha ido junto.
texto resumido: o brasil tem sido bom apesar dos pesares não podemos desistir tão facilmente do brasil, mas não desistam de brasil sei que medo é grande, lembrem-se os parentes vivam na ditadura onde viveram com medo calados sem poder reagir nada disso eram anos de silêncio. viver com silêncio era horrível para os parentes, então deixar o brasil não é fácil como pensam, não somos bem-vindos lá fora e nem somos aceitos lá fora.
cara o brasil tem mais de 40 anos de democracia plena com instituições fortes como STF e congresso, PF e outros que mantêm democracia, o Bolsonaro e ministros sem apoio são loucos em próprios bolhas e nem tem poderes absolutos políticos se o sistema de governo fosse diferente e daria os poderes políticos absolutos, aí estaríamos ferrados (desculpem a palavreado mas não sei se tem outro melhor maneira de dizer) enfim se pensar bem quantas pessoas querem a ditadura da volta? já passamos por ditadura militar e muita gente não quer e povo não quer mais, são poucos que elegeram e querem a volta da ditadura militar, enfim esse bozo que usa o cargo do presidente como palanque do palhaço, sei que tem havido grupos malucos tirando a vida dos seres humanos(a) mas não podemos nos entregar ao desespero porque os idiotas no poder são palhaços no palanque estão sozinhos não podem fazer nada, sabiam que o governo tá querendo fazer o povo entrar em desespero e perder confiança nos instituições e nos tomar quase tudo, então fiquem espertos, esses políticos são doentes e loucos mas não tem poderes políticos absolutos para acabar com democracia e ninguém quer entrar nessa em estragar a 40 anos da democracia plena, muita gente trabalhou para manter 40 anos da democracia plena, uma coisa é certa ninguém vai ceder as 40 anos da democracia plena tão facilmente mesmo sei que coisas vão ficar feias mas custe que custar temos manter a 40 anos da democracia plena, se perder as esperanças acaba a democracia e entrega a bandeja da prata para esses psicopatas que estão tentando trazer desesperança e desespero e fazer nos dividir, povo desunido com desespero e a desesperança e a perda da fé e perda da confiança nos instituições que mantêm a democracia que foi criado em anos de trabalhos duros com suor e lagrimas e sangue. só usem a logica e verá que o governo não vai sair facilmente mas vai sair sim, sabem porquê? porque os políticos no poder são burros sem apoio dos diversos setores até apoio políticos, os militares nem querem saber dos malucos sabem que se os malucos declarar guerra para Venezuela pode trazer sérios problemas para todo mundo até para os países lá fora então podem apostar que o bozo vai sair via leis como manda no constituição, se o bozo não quer responder as leis do constituição, azar o dele, ele vai ter que responder as leis da constituição e responder cada um de 3 poderes.
só então o povo terá aprendido o lição e vai votar, sei que a democracia plena é lento e chato conviver com idiotas que tem voz mas é a realidade por isso existem as leis para manter a democracia e assim nasceu a constituição por mais seja difícil no momento seja é preciso seguir na frente é preciso ter paciência se for preciso lutar via leis da constituição e com apoio do povo e as instituições, sei que a vontade de sair do brasil é grande mas lá fora não somos bem-vindos e nem somos bem aceitos por causa de xenofobia, morar lá fora não é mar das rosas mas é muito horrível serio rapaz, gente nascemos para viver em próprio pais onde conhecemos melhor e sabemos que o brasil tem sido bom apesar dos pesares não podemos desistir tão facilmente do brasil.
Tenho vários conhecidos de extrema-direita, bolsonaristas até a raiz dos cabelos, todos TFP, a viverem, felizes da vida, em Portugal, um país cujo Primeiro Ministro é do partido de esquerda. Acham tudo uma maravilha. Quer dizer, votam nessa criatura nefasta para dirigir o Brasil, mas cá não querem viver. Durma-se com um barulho desses!!!!!
Infelizmente mesmo essas pessoas que votaram no Bolsonaro essas bizarrices de direita estão deixando o país! Os que já estão aqui pela Europa e que também votaram nele não querem voltar… enquanto isso os mais pobres sofrem no seu próprio lar.
Depende, pois voo da TAP rumo ao Brasil passam 80% de ocupação, enquanto q sai do Brasil rumo a Portugal em média 50% ou até menos tem sim muito brasileiro indo Portugal e outras centenas saindo do país todo mês retornando ao Brasil e imigrando para outros países europeus.
A lotação de voos não quer dizer nada em termos de imigração. Guarulhos é um hub regional, então argentinos, uruguaios, paraguaios, entre outros, ao voltar de viagem muitas vezes fazem escala no Brasil. Logo, não surpreende voos lotados de volta. Os dados que tem melhor validade são os da receita federal, daqueles que deram baixa para não pagar mais impostos. Isso porque são valores sub estimados, já que você pode viver fora por anos e jamais dar baixa na receita, pois tem imoveis ou negocios no Brasil.
Jamais imaginei ver um Brasil tão fragmentado e triste. É lamentável.
Assim como já foi implicado no texto e pelos comentários, esta conta vai vir caríssima, de fato. Enquanto as pessoas mais capacitadas fogem do país, os menos capacitados ficam e não irão conseguir preencher os postos de trabalhos que aparecem no mercado.
Pode-se pensar que com isto será melhor para os profissionais que ficarem aqui por conta da maior demanda, mas na verdade, a longo prazo não compensa de jeito algum ficar no país, dependendo da sua área.
Áreas como Tecnologia e Engenharia, irão nos próximos anos terem mais ainda o brain drain (fuga dos cérebros).
Esta conta irá vir cara e todos nós iremos pagar.
Essa conta vai vir caro.
Mais um lúcido texto, Rosana. Adorei!
Foda. Obrigado.
Meu Deus do céu. Ver um Bolivariano defender que há medo no Brasil é cumulo do absurdo. Eu não sei se rio ou se choro diante deste apelo ao ridículo.
Você usa o jargão do vilão “bolivariano” e vem falar de apelo ao ridículo? Está na hora de reler o que escreve…
Matéria muito boa. Mas deixou de citar uma pessoa muito incrível q foi obrigada a se exilar também. Anderson França.
Pobres, favelados, pretos do Prouni não são cérebros na escala do meritocratômetro da esquerda pequeno burguesa
Parabéns por todo trabalho que vcs tão realizando !! Toda positividade ??A todos o jornalista do Brasil ??..
Tenho estabilidade, mas isso também não está ajudando muito. Além de você ver muita gente indo embora e outros tantos na miséria, existe o terror da ingerência política nas repartições, remoções e o desprezo pelos trabalhos técnicos. Sem falar no ressentimento contra funcionários públicos que se vê na imprensa.
O que eu não consigo entender é por que todo o investimento em educação superior no Brasil durante os períodos Lula e Dilma não se converteu em patrimônio político em favor, senão do sistema educacional, ao menos da democracia. Desde as jornadas de 2013 que a presença dos universitários no espectro conservador da política se mostrou bastante expressivo. Gente que recebia apoio do Pro Uni, estudantes bolsistas, de universidades públicas… Estavam mais pra Olavo de Carvalho do que pra Jessé de Souza.
O que deu errado? Depois, a direita diz que a esquerda é que é doutrinadora. Doutrinadora – e muitíssimo competente – foi a direita, ora pois! A ponto de impedir estudantes de Ensino Superior de defenderem seus próprios interesses ao menos…
Talvez, o acadêmico padrão não seja o emigrado com dor no coração. Talvez, seja o Dallagnol. O cara que estudo com perspectivas puramente egocêntricas e que pensa a carreira a partir das oportunidades de rendimento oferecidas.
Sei não… O final do texto me parece emblemático: já nos tempos “áureos”, o sonho era ir pra fora do país. Sobretudo os que optaram por atividades privilegiadas em relação ao sistema.
Os governos progressistas não fizeram direito a lição de casa.Alguma coisa deu errado. Acho que é melhor admitir que esta mentalidade “vira-latas” sempre compôs o imaginário acadêmico e não foi reformulada. domo deveria.
A propósito, se não me falhe a memória, a instituição que mais recebeu dinheiro do MEC foi uma tal de Anhanguera. Daí em diante, é só puxar o novelo de lã.
Questionamentos muito pertinentes e perfeita colocação sobre o fortalecimento de instituições privadas de ensino superior de qualidade sofrível nos últimos anos.
Para mim (que vivo no exterior desde 2017), a sensação é que na realidade não houve “doutrinação” suficiente capaz de internalizar na população um senso de auto-preservação. Porque na essência é exatamente isso que falta na maior parte da população, incluindo aí a classe média e até mesmo parte da “elite”. Somos desprovidos de conhecimento político básico para protegermos a nós mesmos. E isso vale para todo o espectro ideológico.
Sou parte da geração da CF88. Minha infância e juventude foram marcadas pela globalização, pelos flertes neoliberais e pelo período de “prosperidade” da Era Lula. Hoje é possível olhar para trás e ver que muito foi feito, mas que boa parte foi erguida sobre alicerces podres. Hoje eles desmoronam e deixam uma sensação envergonhada em todos nós. “Como não percebemos isso?”
Sinceramente não tenho resposta. Nem me julgo qualificado para tentar responder algo nesse sentido. Por enquanto só consigo observar com tristeza o prédio-Brasil ruir.
Eu estava pensando exatamente nisso. Inclusive, o Ciências Sem Fronteiras (elogiado no texto) foi um projeto que deu muita bola fora, porque se converteu no final das contas apenas em patrocínio de rolé da classe média/alta na Europa com dinheiro público. Quase não exigia contrapartida do aluno. Eu mesmo conheci três pessoas do CsF que passearam por lá durante o intercâmbio e o que menos faziam era estudar ou pesquisar – e quando chegavam ao Brasil, praticamente não tinham que prestar contas com nada. Essas três pessoas votaram no Bolsonaro nas últimas eleições. Shocked, but not surprised.
Ola Nicolas, discordo da sua generalização de que o CsF “se converteu no final das contas apenas em patrocínio de rolé da classe média/alta na Europa com dinheiro público”. Primeiro pelo exemplo que tive dentro da minha propria casa. Minha esposa fez trabalhos de campo enquanto esteve fora, escreveu dois artigos em periódicos importantes de sua área e concluiu sua pesquisa de doutorado. Curiosamente, a universidade na qual ela fez seu doutorado sanduiche a contratou posteriormente. Segundo por causa de conceitos da Estatística. Você mencionou que conheceu três pessoas do CsF que votaram no atual presidente. Para generalizar, devemos ter uma amostra que possa representar a população. Entretanto sua amostra apresenta um viés (pessoas que você conheceu). Portanto a generalização é incorreta no caso.
Estou super de acordo com você que o CsF teve problemas. Mas ele também trouxe ganhos para alguns estudantes e para o país. Não acho que ele deveria ser extinto como foi, deveria ter sido melhorado para diminuir o número de pessoas que saíam do país apenas para “curtir”. De qualquer forma, eu não duvido que haja uma relação entre estudantes/eleitores que curtiram a vida às custas do CsF e estudantes/eleitores do CsF que votaram no atual presidente.
Exato, Pedro. Teu exemplo mostra o sucesso do CsF quando aplicado na pós graduação. Infelizmente o mesmo que o Nicolas relatou eu percebi na minha universidade, com graduandos. Dos que pude constatar, quando do retorno do programa, tinham o domínio da língua estrangeira em questão e muitos tinham sido reprovados nas disciplinas que foram cursar, mas com muitas lembranças de viagens e turismo realizados inclusive dentro do período de disciplinas. De qualquer maneira considero a experiência do programa benéfica em termos gerais, e acredito que os impactos positivos ainda vem acontecer no futuro.
”Ola Nicolas, discordo da sua generalização de que o CsF “se converteu no final das contas apenas em patrocínio de rolé da classe média/alta na Europa com dinheiro público””
”Primeiro pelo exemplo que tive dentro da minha propria casa. Minha esposa fez trabalhos de campo enquanto esteve fora, escreveu dois artigos em periódicos importantes de sua área e concluiu sua pesquisa de doutorado.”
”Segundo por causa de conceitos da Estatística. Você mencionou que conheceu três pessoas do CsF que votaram no atual presidente. Para generalizar, devemos ter uma amostra que possa representar a população.”
>ERROR<
Pensando bem, poderíamos considerar um eventual aumento na “fuga de cérebros” brasileira se fosse apontado o número de especialistas atuantes no país e que agora participam do êxodo intelectual. Os demais, que desde sempre projetaram suas vidas para o mercado externo, seriam reflexo da mentalidade histórica da parcela que alcança níveis de formação privilegiados no país. Não fediam nem cheiravam já antes de Bolsonaro.
Mas foi justamente a FALTA de doutrinação de esquerda que causou o Bolsonarismo. A começar porque o próprio PT não é nem de esquerda há décadas, é de CENTRO-esquerda.
Então, por ser de CENTRO, o PT ao invés de baixar o sarrafo e implementar os projetos de quebra dos oligopólios da imprensa, da educação privada, da saúde privada que corroem o Brasil, quis dar à classe C acesso a educação particular via voucher, já que aumentar o número de vagas nas universidades públicas era demorado e custoso.
Como quem manda na educação particular É A ELITE escravocrata, as mesmas 6 famílias que mandam em tudo no Brasil, essa classe C que se formou nessas Unimixórdias saiu de lá CATEQUIZADA pela direita a acreditar em meritocracia, em militares bonzinhos e outras histórias da carochinha direitista.
Foi isso que aconteceu. Quem doutrinou e fez a cabeça da Geração Lula FOI A DIREITA, por isso mesmo esse Goebbels de quinta categoria do Weintraub quer dinamitar o ensino público, que é pra eliminar as poucas instituições que NÃO DOUTRINAM ninguém.
FONTE: As vozes da minha cabeça.
Aliás, se o corpo docente de ”Unimixórdias” (seriam para pretos e empregadas dome?ticas que vc tromba no seu hall?) são de públicas, como que por milagre eles doutrinariam a ralé das faculdades particulares?