Uma enorme coleção de materiais nunca revelados fornece um olhar sem precedentes sobre as operações da força-tarefa anticorrupção que transformou a política brasileira e conquistou a atenção do mundo.
Procuradores da Lava Jato agiram politicamente – usando o site O Antagonista como porta-voz – para interferir na escolha do presidente do Banco do Brasil no governo Bolsonaro. Em fins de 2018, a força-tarefa municiou com documentos o site comandado pelos jornalistas Diogo Mainardi, Mario Sabino e Claudio Dantas para alimentar notícias que evitassem que o ex-presidente da Petrobras Ivan Monteiro ocupasse a presidência do banco. Monteiro era o nome mais forte entre os cotados para assumir o BB, uma escolha do ministro da Economia Paulo Guedes – a ele era dado o crédito por ter salvado as contas da Petrobras.
O caso é o exemplo mais escandaloso de uma relação promíscua entre o grupo comandado por Deltan Dallagnol e os jornalistas do Antagonista – mas nem de longe o único, como mostram as conversas no aplicativo Telegram que foram entregues ao Intercept por uma fonte anônima. Elas fazem parte da série Vaza Jato, que já publicou 84 reportagens em parceria com os veículos Folha de S.Paulo, El País, Bandnews FM, Veja, BuzzFeed News, Agência Pública e UOL.
A leitura das conversas deixa claro que a Lava Jato e O Antagonista se veem como parceiros. O site abre mão da função primordial do jornalismo – fiscalizar o poder e os poderosos, aí incluídos procuradores e juízes – e recebe em troca informações em primeira mão. Os procuradores também interferiram, ao menos uma vez, diretamente na direção editorial do site.
O comentarista Diogo Mainardi, dono e editor do site, acatou pedido de Dallagnol e parou de publicar notícias sobre um escândalo de corrupção que envolvia a Mossack Fonseca, um escritório de advocacia suspeito de abrir empresas offshore no Panamá.
Mainardi também deu dicas de investigação a Dallagnol, que seguiu as pistas do comentarista e em seguida informou-o – em tom lamentoso – de que o caso estava fora da alçada da operação.
Em outro caso, os diálogos mostram também que a Lava Jato acreditou num boato repassado por Claudio Dantas para pedir – sem autorização da justiça – a quebra do sigilo fiscal de uma nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2016. Para isso, os procuradores acionaram informalmente um contato na Receita Federal. Nada foi encontrado contra ela, que jamais foi indiciada ou acusada de crimes.
Hoje, segunda-feira, a partir das 22h, vamos comentar ao vivo no YouTube a entrevista de Sergio Moro no Roda Viva. Assine, ative o sininho e não perca nada do nosso canal. Esperamos vocês.
Em troca do jornalismo chapa-branca, Dallagnol passava informações privilegiadas ao site. Isso fica claro numa mensagem num chat privado de 30 de agosto de 2018, em que o procurador diz o seguinte, ao entregar em primeira mão a Claudio Dantas dados que haviam sido pedidos pelo jornal El País: “Nao estamos passando pra mais ng agora”. Tratava-se de uma resposta da operação a um depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran, um crítico da Lava Jato, na Espanha.
Nos diálogos, Claudio Dantas se mostra um bom parceiro dos servidores públicos que, pela ética da profissão, ele deveria fiscalizar. O jornalista perguntou aos procuradores, em junho de 2017, quem a Lava Jato apoiaria na eleição da categoria para o cargo de procurador-geral da República, o chefe do MPF, o Ministério Público Federal. Dantas desejava se alinhar aos procuradores para, em suas palavras, “apoiar [o nome] certo”. Em resumo: o editor do site queria entrar em campanha com a Lava Jato.
Fundado por jornalistas que ajudaram a dinamitar a credibilidade da maior revista semanal do país, a Veja – ao torná-la um panfleto antipetista e ingrediente crucial na crise que afundou a editora Abril –, O Antagonista é bancado pela Empiricus, uma consultoria de investimentos que espalha panfletos catastrofistas (e habitualmente furados) em busca de clientes e já foi multada por propaganda enganosa.
Mesmo com tal currículo, o site se tornou porta-voz da Lava Jato e, principalmente, de Sergio Moro. A própria Veja, em uma carta ao leitor publicada em julho do ano passado, fez uma autocrítica pela fase em que alçou Moro à condição de herói nacional imune a críticas. Na mesma edição, a revista publicou reportagem em parceria com o Intercept mostrando ilegalidades cometidas pelo então juiz da Lava Jato.
Claudio Dantas e Sergio Moro em entrevista do ministro a O Antagonista realizada em dezembro de 2019.
GIF: Reprodução/YouTube/Canal O Antagonista
Uma batalha silenciosa estava em curso no embrionário governo de transição de Jair Bolsonaro nos últimos dias de novembro de 2018. Em disputa, a presidência do Banco do Brasil. Paulo Guedes, o “super-ministro” da Economia, gostaria de entregar o cargo a Ivan Monteiro, então presidente da Petrobras. Mas a preferência do “posto Ipiranga” incomodava a “área política” do então futuro governo – comandada por Onyx Lorenzoni, ex-deputado federal e atual chefe da Casa Civil do Planalto.
O político do DEM gaúcho era o então chefe da equipe de transição governamental. Lorenzoni e Dallagnol eram muito próximos. Quando deputado, foi Lorenzoni que encampou e relatou as Dez Medidas contra a Corrupção na Câmara, gestadas por Dallagnol e que se tornaram uma obsessão dele. Nem a certeza de que o político estava envolvido em corrupção, como mostramos em agosto, afastou o procurador do ex-deputado.
As mensagens trocadas via Telegram não deixam claro porque – e, questionado a respeito, Dallagnol se recusou a responder –, mas no fim de tarde de 21 de novembro de 2018 ele enviou ao grupo do Telegram Filhos do Januario 3 uma reportagem da Folha que citava a insatisfação de Onyx Lorenzoni com o então presidente da Petrobras Ivan Monteiro. O procurador acionou os colegas em busca de informações que pudessem desabonar Monteiro.
Bendine e Monteiro são próximos. Mas Monteiro – que foi levado à petrolífera por Bendine e chegou a presidi-la durante o governo Temer – jamais foi indiciado ou acusado de cometer qualquer crime pela Lava Jato. Após ordenar a assessores a busca pelos documentos, Dallagnol enviou quatro arquivos a Claudio Dantas, do Antagonista, que vinha em campanha aberta para que Monteiro não tivesse assento no governo Bolsonaro.
Àquela altura, como deixam claro os diálogos, O Antagonista já publicara várias notas tentando implodir a nomeação de Monteiro no governo Bolsonaro – boa parte delas assinadas por Claudio Dantas. Ainda que o procurador Januário Paludo acreditasse que o então comandante da Petrobras era carta fora do baralho, Dallagnol preferiu se precaver. Na madrugada, o procurador voltou a abastecer o jornalista:
Dantas, no fim das contas, nunca postou o material que Dallagnol lhe enviou para incriminar Monteiro. Não seria preciso. Àquela altura, Guedes já escolhera Rubens Novaes para comandar o Banco do Brasil, como informou a Folha. A ala política comandada por Onyx Lorenzoni, o amigo de Dallagnol, venceu. Com ajuda da Lava Jato.
Em agosto de 2018, Ivan Monteiro (de óculos, à esquerda de Dallagnol) foi a Curitiba receber da Lava Jato mais de 1 bilhão de reais recuperados em delações premiadas e leniências. Dois meses depois, foi alvejado pela operação em seu voo rumo à presidência do Banco do Brasil.
Foto: Assessoria de Imprensa do Ministério Público Federal
A força tarefa preparava, no início de 2016, seu passo mais ousado até ali: a fase da operação que obrigaria Lula a prestar depoimento no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Nos primeiros dias de janeiro, a operação receberia de Claudio Dantas uma informação que, mesmo desacompanhada de provas, levou os procuradores a fuçar sem autorização judicial os dados fiscais de Marlene Araújo Lula da Silva, nora do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo as conversas, Dantas disse ao procurador Januário Paludo, um dos veteranos da Lava Jato, que Marlene teria recebido da empreiteira OAS um imóvel no novo terminal de passageiros do aeroporto internacional de Guarulhos. A fé da Lava Jato em seus porta-vozes na imprensa bastou para que Paludo dissesse aos colegas que pediria informalmente à Receita Federal – ou seja, sem controle judicial – uma devassa na vida de Marlene, como Intercept e Folha de S.Paulo já mostraram.
Não foi só Paludo que se movimentou. Naquele mesmo dia, outro procurador da Lava Jato, Júlio Noronha, recebeu pelo Telegram a seguinte informação, vinda de um assessor: “Dr Julio, no COAF tem qualquer indicação suspeita dela, por isso não gerou a DOI. No CENSEC não constam escrituras ou procurações para o CPF dela. No Rastreamento societário aparece uma bar da qual ela foi sócia entre 2000 e 2002″.
Ainda assim, a Lava Jato tinha tal fé na dica do Antagonista que pediu formalmente a Sergio Moro a quebra do sigilo fiscal e bancário de Marlene Araújo – o então juiz da Lava Jato recusou, alegando que não vislumbrava “causa suficiente” para a medida contra ela.
Nada jamais foi encontrado contra Marlene, casada com Sandro Luís Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente. Ela nunca foi indiciada ou acusada de crime pela Lava Jato. Nem isso e nem os repetidos avisos dos assessores de comunicação do Ministério Público Federal sobre a pouca credibilidade do site – que veremos adiante – diminuíram o prestígio do Antagonista com os procuradores.
No final de dezembro de 2015, O Antagonista publicou quatro notas que colocavam empresas offshore no rol de suspeitos da Lava Jato – leia aqui, aqui, aqui e aqui. Não se tratou de uma investigação jornalística do site – notório pelas notas telegráficas e publicações no estilo “Fulano de tal foi ao Twitter para…” –, mas de um vazamento de inquéritos em andamento na Polícia Federal, como ficaria claro pela reação dos procuradores.
Horas depois da última nota publicada, um dos diretores do site, Diogo Mainardi, recebeu mensagens de Dallagnol pelo Telegram. O coordenador da Lava Jato queria que o site parasse de publicar notícias sobre offshores “em benefício do interesse social da investigação”. O procurador se arvorava o direito de definir o que era melhor para a sociedade e, em troca, acenava com a promessa de informações exclusivas no futuro.
No dia seguinte, a conversa prosseguiu. Mainardi informou que a Lava Jato não precisava se preocupar: o site deixaria de lado os critérios jornalísticos e o interesse público pela conveniência da operação de Curitiba. Mainardi aproveitou para fazer um pedido aos investigadores:
Cumprindo o acordo firmado com Dallagnol, O Antagonista não publicou nada a respeito da Mossack Fonseca até 26 de janeiro de 2016, quando estourou a 22ª fase da Lava Jato – que mirava justamente o escritório e o apartamento vizinho ao triplex de Lula. Foi nessa data que a censura pedida por Dallagnol, e acatada pelo site, deixou de vigir.
Perguntamos à Lava Jato o que Mainardi quis dizer quando afirmou que “Dantas e Paludo se entenderam”. Não obtivemos resposta. Procurado, O Antagonista também não se manifestou.
Mário Sabino e Diogo Mainardi durante quadro do site O Antagonista.
GIF: Reprodução/YouTube/Canal O Antagonista
Diogo Mainardi também se sentia à vontade para dar palpites à Lava Jato sobre o rumo de investigações. Em novembro de 2015, ele sugeriu ao procurador que buscasse pelo nome de “uma certa Marcia Ferreira”, que dizia ser um elo entre o ex-tesoureiro do PT João Vaccari, à época já condenado na Lava Jato, e gráficas sob suspeita de ligação com o partido:
“Vou checar”, respondeu Dallagnol no dia seguinte. Imediatamente, Dallagnol consultou o procurador Roberson Pozzobon, seu colega de força-tarefa, para saber se o nome de Marcia Ferreira já havia aparecido nas investigações. Dallagnol reproduziu a Pozzobon a mensagem que recebera de Mainardi e, em seguida, perguntou:
Dallagnol, então, retornou com a resposta a Mainardi. “Pra nós é novidade”, escreveu, às 18h33 daquele dia. “Bom saber”, agradeceu. No dia seguinte, o jornalista seguiu a insistir que a Lava Jato se debruçasse sobre o caso:
Dallagnol responderia apenas na noite do dia seguinte, em tom de lamento: “Não podemos infelizmente começar uma investigação do nada em um local diferente da gráfica, sem que algo da lava jato nos leve ao fato”.
Assim como a de Claudio Dantas, a pista de Mainardi não rendeu frutos. Até o momento, nenhuma pessoa com o nome indicado pelo editor foi alvo de operação policial ou de uma denúncia da Lava Jato do Paraná.
A Associação Nacional de Procuradores da República, a ANPR, havia marcado para 27 de junho de 2017 a eleição da lista tríplice da qual esperava que Michel Temer escolhesse quem sucederia Rodrigo Janot no cargo de procurador-geral da República.
A força-tarefa da Lava Jato temia que o novo chefe do MPF tentasse limitar suas ações, uma vez que Temer era alvo das investigações. Dias antes da eleição, Dallagnol relatou ao colega Carlos Fernando dos Santos Lima, o decano da operação, “um off imenso” que recebera a respeito da sucessão na PGR. Vinha de Claudio Dantas, repórter de O Antagonista. Hoje aposentado, Santos Lima costumava ser consultado sobre decisões estratégicas da força-tarefa.
À época dessa conversa, oito membros do MPF estavam no páreo pela lista tríplice. Sem poder defender candidatos publicamente, para não correr o risco de se indispor com o eventual vencedor, a Lava Jato não viu problema em sugerir, “em off, claro”, um nome a ser apoiado pelo Antagonista. O site fez seu papel: tornou pública a opção dos lava-jatistas.
Os subprocuradores da República Nicolao Dino e Mário Bonsaglia, candidatos da força-tarefa, acabaram eleitos à lista tríplice – foram respectivamente o primeiro e o terceiro mais votados pelos colegas. A segunda colocada era uma procuradora, Raquel Dodge.
O Intercept já mostrou que a força-tarefa continuou tentando influenciar a escolha de Temer mesmo depois da definição da lista tríplice. Dallagnol procurou Dino – irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB – e informou que pediria a movimentos sociais aliados para pressionarem Temer pela escolha dele, Dino, ao cargo.
Daquela vez, a estratégia esbarrou na falta de tempo. No dia seguinte à eleição da lista tríplice, Temer confirmou a indicação de Raquel Dodge para chefiar a PGR – para desgosto da Lava Jato.
Foto: Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena/Folhapress
Os diálogos também deixam claro que a Lava Jato, a depender da conveniência, privilegiava o Antagonista em detrimento de outros veículos de comunicação. No dia 30 de agosto de 2018 o procurador Roberson Pozzobon repassou ao grupo de Telegram Filhos do Januario 2 – que reunia todos os integrantes da força-tarefa – um pedido encaminhado pela assessoria de imprensa do MPF.
Um repórter do jornal El País queria que a força-tarefa comentasse uma declaração do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu na Lava Jato que vive na Espanha, sobre o alegado desinteresse da força-tarefa em ouvir a versão dele. Segundo a mensagem do jornalista, Duran – que no início daquele mês havia tido o nome retirado do alerta vermelho da Interpol –, dizia que tinha uma audiência com os procuradores em Madri marcada para dezembro de 2017 e que nenhuma autoridade brasileira havia comparecido.
A Lava Jato pretendia alegar que o advogado havia sido intimado pela justiça espanhola, a pedido das autoridades brasileiras, e preferiu ficar em silêncio na audiência. Os procuradores sustentavam essa afirmação com base em uma ata enviada pelas autoridades da Espanha. Ao saber que o documento não tinha restrições de sigilo, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima aconselhou: “Usem e abusem”. E acrescentou: “Eu, inclusive, deixaria a dica para o antagonista”.
O El País havia pedido resposta à Lava Jato com deadline (prazo-limite) às 11h do dia 31 de agosto de 2018. Na noite anterior, às 20h26, a manifestação do MPF já havia sido aprovada no grupo Filhos do Januario 2 e estava pronta para ser dada ao jornal. Dallagnol, no entanto, decidiu que o Antagonista – que não havia feito qualquer pedido sobre o tema – merecia furar a fila.
Conforme o combinado, o procurador Julio Noronha anexou ao processo eletrônico os documentos recebidos da Espanha que combatiam a versão de Tacla Duran. “Segurem as infos pro El país até o último minuto do prazo”, recomendou Dallagnol aos procuradores no grupo Incendiários ROJ. Com a confirmação de que o material já estava nos autos, procurou Claudio Dantas, de O Antagonista:
Já era madrugada quando Dantas respondeu:
O conteúdo, conforme planejou a Lava Jato, foi divulgado com exclusividade pelo Antagonista no dia seguinte. Já Tacla Duran defendeu-se publicamente, por meio do Twitter, afirmando que os procuradores pediram para ouvi-lo em agosto de 2017 e não compareceram à audiência em dezembro.
A predileção da força-tarefa por O Antagonista – devida à postura dócil de seus jornalistas – sempre foi vista com ressalvas pelos assessores de imprensa do MPF.
Ainda em 2016, num grupo de que participavam Deltan Dallagnol e os dois assessores que atendiam à Lava Jato, o coordenador da força-tarefa fora alertado sobre a pouca credibilidade do site:
O procurador ouviria de seus assessores uma série de objeções – que, como já ficou claro, ele nunca levou em consideração:
Meses depois, em fevereiro de 2017, Assessor 1 resumiria a Deltan Dallagnol em um chat privado o que levava os voluntários que haviam encampado o projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção a compartilharem do entusiasmo dele pelo site: “Antagonista faz tanto sucesso com grande parte dos voluntários porque compartilham raciocínio e objetivo: o problema da corrupção é o PT e Lula na cadeia resolve”, escreveu, em 4 de fevereiro de 2017.
“Mas achei positivos os comentários…. ainda que diga que estou errad, o conteúdo é bom”, respondeu Dallagnol. “Bom mais ou menos, né?”, rebateu Assessor 1.
Também havia, entre procuradores da República, quem compartilhasse da visão dos assessores de imprensa da Lava Jato. Num chat chamado BD, o procurador Angelo Augusto Costa escreveu, em 8 de setembro de 2015: “Esse negócio do antagonista é simples: a PF abastece esse cara de informações, e ele só ouve o lado da fonte que o ajuda. Acho que ele eh irrelevante, pois os “donos” da parada são os outros dois, que têm um projeto político ou, pelo menos, um projeto editorial com fins políticos”. Referia-se, respectivamente, a Claudio Dantas, Diogo Mainardi e Mário Sabino.
Procurada pelo Intercept, a força-tarefa da Lava Jato no Paraná disse que “não há qualquer favorecimento ou privilégio no fornecimento de informações” – o que é desmentido pela reportagem. Insistiu, ainda, que “as mensagens que são atribuídas à força-tarefa têm sido usadas de modo descontextualizado ou deturpado, para fazer acusações que não correspondem à realidade”, o que o Intercept – e o bom senso – repudiam.
“Ao longo da operação Lava Jato, foram recebidas informações sobre supostos crimes de diferentes fontes, jornalistas ou não. O procedimento adotado é realizar a investigação, o que pode ser antecedido, quando pertinente, por uma verificação preliminar da informação, autorizada pela lei”, argumentou a equipe de Dallagnol.
“Além disso, todos os acessos da força-tarefa a informações protegidas por sigilo seguiram mecanismos previstos em lei. Houve quebra de sigilo, ou requisição ministerial nas hipóteses autorizadas em lei, ou atuação da Receita seguida de comunicação de crimes ao Ministério Público. O site realiza especulação sem qualquer base palpável. A justificativa de pedidos feitos pelo MPF podem ser consultadas nos autos”, afirmou o MPF.
A justificativa brandida pelo MPF “nos autos” do processo era que Marlene Araújo, nora de Lula, era sócia da Flexbr, empresa investigada por receber dinheiro da LILS Palestras. Ela foi considerada frágil até pelo então juiz Sergio Moro, que negou o pedido. Àquela altura, a Lava Jato já devassara informalmente o sigilo fiscal de Marlene.
“A Lava Jato, sempre que percebe que jornalistas estão de posse de informações que possam comprometer operações em andamento, pode solicitar, para o bem da investigação e do interesse público, que aguardem a finalização da investigação. Se isso ocorreu, tal conduta é lícita e recomendável para não comprometer buscas, prisões e outras medidas”, afirmou ainda o MPF.
Ficaram sem resposta as seguintes perguntas:
Também enviamos perguntas a O Antagonista, pelo formulário do site – que não lista sequer um endereço de e-mail para contato. Também enviamos as perguntas ao telefone celular de Claudio Dantas. Não obtivemos resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para as respostas.
Uma enorme coleção de materiais nunca revelados fornece um olhar sem precedentes sobre as operações da força-tarefa anticorrupção que transformou a política brasileira e conquistou a atenção do mundo.
Que matéria fraca. Só impressiona os analfabetos funcionais.
Achei a matéria sensacionalista, exceto com relação ao caso do pedido de informações do El País que foi encaminhado ao Antagonista, que achei extrema falta de ética. Mas tenho uma dúvida importante, é legal e ético divulgar o conteúdo das conversas de outros jornalistas com suas fontes. Não há nesse caso uma contradição do Intercept? A fonte não deveria ser protegida a qualquer custo pelos jornalistas?
Tomara que o ministro Gilmar Mendes leia essa materia e escancare chamados esses procuradores de Gentalha, bandidos e canalhas. Sim a mida podre do Brasil nao leva nada a serio, mas fica registrado que esse Deltan Dallagnol e esse Antagonista nao valem nada.
A empiricus prestar serviços de acessória para investidores . Se a lava jato for fazer uma operação que vá ter algum impacto na bolsa a empiricus fica sabendo através do antagonista, ou seja pode ter informações privilégiadas. O ther intercept fazer um cruzamentos de dados das notícias publicadas pelo o antagonista que teve impacto na bolsa, e as sugestões dada pela a empiricus para seus clientes.
É uma matéria muito boa, um vazamento fudido, e que não altera a crise política do Brasil em sequer um pedaço de vírgula. E a única menção ao Moro é , pra piorar, positivo. Eu ficaria satisfeita com essa matéria se eu morasse na Escandinávia. Como eu não moro, e aqui a crise tá feia e urgente, nós precisamos de vazamento que detone gente desse governo. Desmascarar site e procurador é nada vezes nada pra vida do povo.
Não precisava registrar na matéria que o Moro recusou a quebra de sigilo da Marlene. Se recusou é porque não viu vantagem pra ele, não foi por ser íntegro. Afinal ele atuou na LJ sob conveniências. Podia ter suprimido essa parte. Não pode dar esse boi pra ele, e ele ficar parecendo mais honesto do que é.
O Nassif é um ótimo jornalista. Intercept e GGN estão entre os sites que mais leio atualmente.
Razão pela qual o nome de Luís Nassif deveria ter sido preservado… seria bom ao menos um “desculpe a nossa falha”…
Não há como deixar de ter esperança por dias melhores para o Brasil. Ainda que o trabalho seja de “formiguinha”, sabemos que a determinação e coragem pela incessante busca da verdade dos fatos, é o que nos move para seguir pavimentando os caminhos que nos levará ao pleno restabelecimento das liberdades individuais e da democracia. Parabéns, Intercept. Orgulho do Brasil profundo e do mundo civilizado!
Brasil, mostra a tua cara
Quero ver quem paga pra gente ficar assim
Brasil, qual é teu negócio
O nome do teu sócio
Confia em mim
Repercussão importante sobre a matéria: segundo o advogado da Odebrecht Tacla Durán (o que não consegue delatar), o Mainardi tem que apoiar a Lava-jato senão vai acabar sendo investigado aqui no Brasil e na Itália.
Tem capivara solta no matagal do Antagonista. O que será, hein?
Desancaram os antagonistas!!! E ainda vai ter o chat comentando e entrevista do marreco. Vocês são gênios!!! GÊNIOS!!!
É a primeira vez que uma máscara caída revelar um bando de palhaços.
Só fico triste que, a despeito da destruição total da credibilidade desta turba de falsos jornalistas, não há a menor possibilidade destes sacanas sofrerem qualquer outro tipo de punição. Continuarão com o gado cativo, mesmo sendo agora os palhaços que sempre foram.
Ao menos o descrédito em que caíram dá ao leitor a oportunidade de acreditarem neles por própria conta. Sem aquela história de credibilidade ou “busca incondicional pela verdade dos fatos”. Independência zero deste jornalismo falso!
O Intercept voltou à Vaza-Jato em grande estilo. Sejam bem vindos e mais uma vez, parabéns pela genialidade!!!
A propósito, como é que o governo bolsonaro vai reagir ao saber que foi manipulado por um site fuleiro de jornalistas marrons? Os biroliros comeram nas mãos da Lava-Jato até agora. Fizeram tudo que o Moro desejava, junto com a turma do Ônyx!!! Bolsonaro não é homem coisa nenhuma!!! Ainda continua com o Moro no Governo!!! Nem pra isto ele tem dignidade! Eles reclamam da Folha, da Globo e dos demais meios de comunicação e se deixam manipular por uma turba de jornalistas sujos e um Ministro que só pensa em seus próprios interesses!
Tomara que o coiso tome uma rasteira do Moro, daquelas que derrubam e não permitem reação!!! Só pra largar mão de ser otário e achar que é mais esperto que todo mundo.
Ter poder e ser burro dá nisto! Vira fantoche na mão dos outros!!! E isto com miliciano, evangélico e tudo quanto é louco do lado deles.
Bolsonaro é um bundão!!!!
Isso não é um procurador, é um irresponsável usar o cargo público para fazer política. Está claro quando deixa de dar a informação ao site EL PAÍS que solicitou, e a repassa para o blog não-jornalístico Antagonista porque é “de direita”…. Mais explícito que isso, impossível!!!!
Caros,
Publico meu comentário com um nome qualquer e um e-mail inventado, por motivos pessoais.
Tenho duas coisas a fazer: parabenizar vocês e cobrá-los de maneira contundente.
Primeiro os parabéns. Que reportagem ótima. E estratégica. Bem hoje no circo armado para vem quem puxa mais o saco do Moro no Roda Viva, hoje, mais morta do que nunca. Divertidíssimo ver vocês jogarem à luz, fatos que desmontam O Antagonista, que realmente, não é jornalismo, e nunca foi.
Agora a cobrança: meses sem publicar reportagem da vaza jato? Onde estão os 2 mil áudios? Dois mil! Começo a levar mais a sério a hipótese de “limited hangout” levantada pelo D. Expresso. Mais velocidade, transparência, e mais coisas pesadas, por favor.
Quero ver a publicação de meu comentário e volto aqui para acompanhar o debate, se alguém quiser responder.
Exatamente o que eu ia dizer ,mais de 2000 áudios, nenhum publicado, será que tem esses áudios mesmo ou é só balela
Não são bobos. Foram semanas de pancada em Sima do Clã Bolsoasno. Muito fogo divide a atenção. Tem de derrubar um por vez! Estão certíssimos!
Concordo plenamente com você, Piloteiro. Esta ideia de contra-atacar esses salafrários a conta-gotas, não irá resolver o problema. Pois a cada artigo lançado no TIB, eles já estão preparados para responder.
Então, como se resolve isso? Oras, lançando de uma vez, todos os áudios e conversas, assim eles não terão tempo para se preparem, e ficaram desnorteados com tantas perguntas em cima do vazamento.
Só vou dizer realmente, parabéns, quando isto ocorrer. Por que caso contrário, é mais do mesmo estes artigos e não importa o quão a face monstruosa da Lava-Jato se mostre, sempre terão defensores na mídia e irão se livrar facilmente.
Mas, a quem interessa liquidar o assunto da Vaza-jato de uma vez só?!
Discordo que a estratégia não esteja dando resultado. Está, sim. O contra-ataque deles foi desesperado. Requentaram algo que já foi resolvido pra fazer cortina de fumaça. Nada mais. Só podem mesmo fazer isto e esperar que o ódio bolsonarista faça algo por eles.
A entrevista do Moro repercutiu muito menos que a matéria do TIB. Foram só 1,5 pontos de audiência nesta entrevista que acabou de rolar. E muitos que assistiram já sabiam que foi armação e que parte da imprensa inclusive participou ativamente da promoção das mentiras da Lava-jato. O Antagonista foi quem mais se queimou e nem ele tem mais o que dizer contra o Glenn. Isto ficou claro.
Agora todo mundo sabe que entre o bolsonaro e o moro, este setor da imprensa fica com o segundo. Um perigo pro coiso e seus filhinhos.
Bolsonaro está rendido, de quatro pras vontades do Moro. Vai ter que engolir seu ministro como candidato e não vai poder tentar se reeleger.
Ao menos, se o coiso encher muito o saco, o Moro manda ele pra cadeia. Um quadrilheiro a menos mandando no país. Quem sabe sobra até pras milícias.
Desgraçadamente, vou ter que torcer pro marreco liquidar o bolsonaro de uma vez por todas. Ele pode fazer isto. E vai fazer, de um jeito ou de outro. No momento certo, quando for lançado candidato pelo antagolpista e pela Globo. É só esperar pra ver.
E hoje no “Roda Morta” nenhum “jornalista” amigo do #MoroJuizLadrão vai tocar no assunto.
Muito bom. Jornalismo de verdade. Um sopro de esperança nesses tempos sombrios. Obrigado e parabéns.
Muito bom. Ja tava com saudades das matérias do TIB. Um lembrete: em uma das várias audiências na 13a vara Federal de Curitiba o som ambiente foi vazado para o Antagonista, lembram disso? Mais uma das relações espúrias da LJ com o blog bolsonarista.
Excelente matéria!
Jornalismo sério e não comprometido com ninguém.
PARABÉNS!
Excelente trabalho. TIB é um alento jornalístico!
Gente podre e seus podres poderes.
Parabéns ao theintercept pela coragem e pelo JORNALISMO…tudo explicando, tudo transparente.
Mainardi, Antagonista, Empiricus, Lava Jato… As piores coisas que surgiram no Brasil nas últimas décadas.
Você esqueceu de mencionar Guaraná Jesus.
Excelente!!Parabéns pessoal!!
Parabéns pelo trabalho!
É uma pena que a Imprensa ” Chapa Branca” e as autoridades de nosso País, não apurem essas irregularidades.
Eita! Vai chover logo logo minions por aqui.
Valeu, TIB!
Tá demorando, viu colega!!! É tudo bundão feito o coiso deles!!!
Descobrir que os cara manipularam o todo-poderoso neo-nazista deles pra escolher o presidente do BB e influenciar em decisões do governo deve doer muito. Bolsonaro não é só falastrão e boboca. Ele é fraco, mesmo. Não vai ter coragem de restaurar o seu poder. Vai continuar nas mãos deste grupo de jornalistas sacanas que apoiam o Moro.
Bolsonaro é bundão e bolsonarista é tudo otário!